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Jihadista mauritano reivindica autoria de ataque em 2015 no Mali

O mauritano Fawaz Ould Ahmed reivindicou hoje a autoria do ataque que, em 2015, matou cinco pessoas num restaurante em Bamako, afirmando ter agido "por vingança" após a publicação das caricaturas do profeta Maomé pelo jornal Charlie Hebdo.

Jihadista mauritano reivindica autoria de ataque em 2015 no Mali
Notícias ao Minuto

12:14 - 28/10/20 por Lusa

Mundo Mali

"Fomos nós que o fizemos, o Al-Murabitune (grupo ligado à al-Qaida). Não temos vergonha, estamos orgulhosos. Foi por vingança pelo profeta, depois do que fizeram no Charlie Hebdo. Os cartoons, as caricaturas", disse Fawaz Ould Ahmed, também conhecido como "Ibrahim 10", perante o Tribunal de Bamako, no segundo dia do seu julgamento.

"E infelizmente, ainda não acabou. Ainda continua", acrescentou, referindo-se ao atual clamor no mundo muçulmano depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter prometido não "desistir da publicação de caricaturas" do Profeta Maomé.

Em resposta a uma pergunta do Presidente do Tribunal, Souley Maïga, sobre como o fez, respondeu: "como de costume", detalhando o "modus operandi" do ataque ao restaurante "La Terrasse", em Bamako, durante o qual matou a tiro um francês, um belga e três malianos em 07 de março de 2015.

Descreveu que "matou pelas costas um homem branco", foi à casa de banho, colocou um capuz e retirou a "kalashnikov", e que depois ficou surpreendido por poder regressar a casa num táxi sem se preocupar.

Questionado pelo juiz sobre a sensação de disparar contra as pessoas que estavam no "La Terrasse", respondeu: "nenhuma".

"São pessoas que o merecem. Todos os descrentes que morreram, merecem-no", acrescentou Fawaz Ould Ahmed, que foi preso em 21 de abril de 2016 pela segurança do Estado do Mali em Bamako, onde tinha chegado cerca de dez dias antes para preparar novos ataques, de acordo com uma fonte próxima da investigação.

"Os franceses saíram para dizer 'I'm Charlie'. Até o Presidente Ibrahim Boubacar Keïta [então chefe de Estado do Mali] esteve presente. Não somos o Charlie", respondeu o homem, de quarenta anos.

Fawaz Ould Ahmed disse que, em Bamako, "todos são amigos de França" e que nunca se arrependeu das mortes que provocou.

O "jihadista" da Mauritânia irá ainda, no decorrer do julgamento, ser interrogado sobre o bombardeamento do luxuoso hotel Radisson Blu em Bamako, que matou 20 pessoas, incluindo 14 estrangeiros, em 20 de novembro de 2015. "Ibrahim 10" é acusado de ter "planeado e mandado executar" o ataque.

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