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Acusação a Bissau de entrada ilegal de armas na Guiné-Conacri é grave

O analista guineense Rui Landim considerou hoje que a acusação feita à Guiné-Bissau pelas autoridades da Guiné-Conacri de facilitar a introdução ilegal de armas naquele país "é grave".

Acusação a Bissau de entrada ilegal de armas na Guiné-Conacri é grave
Notícias ao Minuto

13:13 - 24/10/20 por Lusa

Mundo Guiné-Conacri

"O Ministério do Interior disse isso claramente. Estranha-me que aqui ninguém diz nada. Isto é grave, é uma acusação com gravidade, porque nenhum país já faz essas acusações a outro e ninguém diz nada", afirmou Rui Landim à Lusa.

O ministro do Interior da Guiné-Conacri, Damantang Albert Camará, disse numa entrevista que as autoridades estão a seguir uma pista relativa à entrada de armas no país através da Guiné-Bissau.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou na sexta-feira aos jornalistas, no final do Conselho de Ministros, que se trata de "fake news".

"Isso é fake news. Internamente temos problemas de armas como é que vamos introduzir armas na Guiné-Conacri", questionou.

"As pessoas têm de compreender que o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló não é um Presidente assassino, nem um Presidente da desordem. Nós lutamos para voltar a fazer parte do concerto das Nações e a Guiné-Bissau não vai associar-se a nada que possa desestabilizar outro país", salientou.

Nas declarações aos jornalistas, Umaro Sissoco Embaló afirmou também estar a acompanhar com "atenção" e "preocupação" a situação na Guiné-Conacri.

Vários confrontos entre apoiantes do candidato Celo Dalein Diallo e as forças de seguranças eclodiram na segunda-feira em Conacri e em várias cidades da Guiné-Conacri, depois de aquele candidato se ter declarado vencedor das eleições presidenciais e quando a Comissão Nacional de Eleições Independentes ainda não apurou os votos em todo o país.

Num comunicado divulgado na sexta-feira à imprensa, a Human Rights Watch (HRW) refere que as forças de segurança da Guiné-Conacri mataram pelo menos oito pessoas, incluindo três crianças, durante manifestações em Conacri, desde domingo e que dezenas de outras pessoas ficaram feridas.

A organização refere também que tem havido interrupções no fornecimento de Internet em todo o país que está a dificultar a jornalistas e ativistas dos direitos humanos nacionais e estrangeiros acompanhar a situação.

"As forças de segurança na Guiné-Conacri devem responder aos protestos com moderação. A repressão contínua pode inflamar uma situação já de si tensa que pode ter repercussões desastrosas. Os responsáveis pelo uso de força letal excessiva ou desnecessária durante os protestos desta semana devem ser investigados e responsabilizados", refere Ida Sawyer, vice-diretora para África da Human Rights Watch.

Ida Sawyer pede também às autoridades que restaurem "imediatamente o acesso à Internet, para que as pessoas possam comunicar, obter informações e relatar os acontecimentos que estão a ocorrer".

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