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RDCongo: Daesh reivindica ataque a prisão que libertou centenas de presos

O grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) reivindicou hoje a responsabilidade pelo ataque a uma prisão no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) que levou à fuga de centenas de presos.

RDCongo: Daesh reivindica ataque a prisão que libertou centenas de presos
Notícias ao Minuto

18:32 - 20/10/20 por Lusa

Mundo Estado Islâmico

Através de um canal oficial, o EI "reivindicou a responsabilidade pelo ataque", que ocorreu hoje numa prisão no leste da República Democrática do Congo e que permitiu "a libertação de 900 prisioneiros", citado pela agência de notícias francesa AFP.

"Combatentes islâmicos atacaram esta manhã a prisão de Kangbayi e uma base militar congolesa na área de Beni", afirma o grupo num comunicado, em língua árabe.

Vários ataques atribuídos a rebeldes foram reclamados pelo Estado Islâmico - África Central desde abril de 2019, por vezes com erros factuais.

"Não sei se existe uma ligação formal" entre os rebeldes e o EI, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, à Radio France Internationale (RFI), após uma visita a Beni no início de setembro de 2019.

No entanto, "é óbvio que existem ligações, porque há recrutamentos a serem feitos noutros países que vão para a RDCongo", afirmou.

Esta fuga de centenas de presos "fortalece os bandos criminosos na região do Beni", resumiu o movimento de cidadãos Lutte pour le Chamangement (Luta pela mudança).

Aos mesmo tempo,"retira também qualquer esperança de justiça e verdade na região, porque muitos dos alegados perpetradores dos massacres em Beni, que aguardam um julgamento público há anos, partiram calmamente", acrescentou o movimento.

O embaixador dos EUA na RDCongo, Mike Hammer, condenou o "desprezível ataque à prisão central" de Beni, acrescentando que "aqueles que escaparam devem ser recapturados".

Hammer visitou a zona há duas semanas, durante uma digressão pelo leste da RD Congo sobre o tema da insegurança.

"Toda a luz tem de ser lançada sobre as circunstâncias deste ataque", acrescentou o seu homólogo canadiano, Nicolas Simard.

Em junho de 2017, na mesma prisão, 11 pessoas foram mortas e mais de 900 detidos escaparam durante um ataque feito por "assaltantes" não identificados, de acordo com o então governador do Kivu do Norte.

Das onze vítimas mortais, oito eram polícias que morreram "durante trocas de tiros entre as forças da lei e da ordem e os assaltantes".

Hoje cerca de mil presos, incluindo alegados membros das Forças Democráticas Aliadas (ADF), escaparam da prisão de Beni, no conturbado leste do país.

Dezenas de soldados e polícias estavam hoje de manhã a garantir a segurança do estabelecimento prisional, enquanto as autoridades locais visitavam o local, informou um correspondente da AFP.

Dois veículos blindados da Missão das Nações Unidas no Congo (Monusco) foram colocados no local.

Os residentes locais que estavam junto à prisão disseram temer um recrudescimento da "insegurança" após esta fuga espetacular, de acordo com testemunhos recolhidos pela AFP.

Os membros das ADF são acusados de serem responsáveis pelo massacre de mais de mil civis na região do Beni desde outubro de 2014.

Só desde novembro do ano passado já mataram centenas de civis, altura em que o exército congolês anunciou uma ofensiva contra as suas bases e líderes na floresta e na selva em redor de Beni.

As ADF são originalmente compostas por rebeldes muçulmanos ugandeses que estão presentes na RDCongo desde 1995. Há anos que não atacam o vizinho Uganda, vivendo do tráfico na região.

Alguns dos seus ataques foram reivindicados pelos jihadistas do Estado Islâmico, desde abril de 2019, sem que haja, no entanto, provas concretas de qualquer filiação real.

As fugas não são raras nas prisões sobrelotadas da RDCongo, a maioria das quais foram construídas durante a era colonial (antes de 1960).

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