Grécia não negoceia com Turquia até retirada de navio de águas disputadas
O Governo grego disse hoje que não negociará com a Turquia, sobre as tensões no Mediterrâneo oriental, até que Ancara retire um navio de pesquisa que se encontra numa área marítima disputada.
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Mundo Grécia
A Grécia considera que a Turquia está a invadir a sua zona económica exclusiva com a presença de navios em águas do Mediterrâneo oriental, onde está a desenvolver pesquisas para extração de hidrocarbonetos, o que levou estes dois países membros da NATO e realizar exercícios militares nessa região.
A marinha turca disse que o navio Oruc Reis, que se encontra nas águas disputadas, retomará as operações de exploração antes do próximo dia 22, apesar da pressão internacional para procurar uma solução para o diferendo entre os dois países.
"A Grécia não participará de qualquer negociação enquanto o Oruc Reis e os seus navios escolta estiverem lá", disse o ministro de Estado grego, George Gerapetrite.
O porta-voz do Governo de Atenas, Stelios Petsas, disse que a delimitação de zonas marítimas é a única questão que a Grécia pretende negociar com a Turquia e que, se não houver um entendimento, a Grécia pedirá a mediação do Tribunal Internacional de Justiça, repetindo que, neste momento, não há condições para um início de negociações.
"A Grécia tem o direito de defender o seu território", explicou Petsas, referindo que o seu Governo considera a atitude de Ancara como uma ameaça à integridade do seu território.
Petsas disse ainda que a presença do Oruc Reis "demonstra a falta de fiabilidade da Turquia perante os seus aliados europeus".
A Grécia e a Turquia disputam, há quase 50 anos, as plataformas territoriais e zonas económicas exclusivas no mar Egeu e no Mediterrâneo oriental.
Recentemente, a Turquia começou a exigir a desmilitarização das ilhas do Egeu e do Dodecaneso, invocando os tratados de Lausanne (1923) e de Paris (1947), mas desde a invasão turca de Chipre (em 1974) que Atenas reclama a necessidade de proteção militar nessa região.
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