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Raptado somali absolvido do ataque a centro comercial no Quénia

Liban Omar, um somali que foi absolvido na quarta-feira por um tribunal queniano do seu alegado envolvimento no ataque terrorista ao centro comercial Westgate em 2013, que causou a morte de 67 pessoas, foi hoje raptado a caminho de casa.

Raptado somali absolvido do ataque a centro comercial no Quénia
Notícias ao Minuto

11:27 - 09/10/20 por Lusa

Mundo Quénia

Omar estava num táxi a caminho da casa da sua família no distrito de Eastleigh, na capital queniana, quando um grupo de homens encapuzados e armados com espingardas de assalto saiu de outro carro, segundo contou a sua irmã Sahra, que estava com ele.

Em menos de 10 minutos, agarraram em Omar e colocaram-no no carro preto e foram-se embora, levando as chaves do táxi, de acordo com o relato da jovem ao Daily Nation.

Omar, um cidadão somali que viveu no campo de refugiados de Kakuma no norte do Quénia, passou os últimos sete anos em julgamento pelo seu possível envolvimento na tomada do centro comercial que matou 61 civis, seis soldados quenianos e os quatro terroristas que o assaltaram.

Na quarta-feira, o Supremo Tribunal de Nairobi decidiu absolvê-lo por falta de provas do seu envolvimento, bem como das acusações contra ele de estar ilegalmente no Quénia.

Considerou os outros dois arguidos, Mohammed Abdi e Hussein Hassan Mustafa, culpados de conspirar para "atos terroristas", na pendência da sentença.

Hoje, Omar foi libertado da prisão de segurança máxima de Kamiti e transferido para a unidade da polícia antiterrorista de modo a concretizar os últimos passos para a sua liberdade.

O rapto aconteceu após Omar deixar esta unidade policial e quando se dirigia para a sua casa.

Para o advogado de Omar, Mbugua Mureithi, esta é uma tática dos agentes de segurança que procuram a sua deportação, apesar de o tribunal ter considerado que ele deveria ser colocado à disposição da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para processar o seu estatuto de refugiado.

Em 2018, quatro indivíduos que tinham sido absolvidos de uma alegada explosão em 2014 no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, em Nairobi, também desapareceram quando deixaram os escritórios da unidade da polícia antiterrorista.

Vários meses mais tarde apareceram na Somália, alegando que tinham sido raptados e deportados para lá.

O grupo somali 'jihadista' Al-Shebab assumiu a responsabilidade pelo ataque ao centro comercial, na altura um dos mais luxuosos da capital do Quénia, que durou de 21 a 24 de setembro de 2013, paralisando o país e atraindo uma enorme atenção internacional.

Na altura, a rivalidade entre a polícia e o exército foi considerada como um fator bloqueador da resposta das forças de segurança ao assalto e responsável pelo prolongamento do cerco.

Desde outubro de 2011, quando o exército queniano entrou na Somália, em resposta a uma onda de raptos alegadamente levados a cabo pelo Al-Shebab no vizinho Quénia, os radicais islâmicos ameaçaram retaliar.

O Al-Shebab, que aderiu à al-Qaida em 2012, controla parte do território no centro e sul da Somália e pretende estabelecer um Estado islâmico Wahhabi (ultraconservador) no país.

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