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Novo ataque a catedral arménia deixa também jornalistas feridos

A catedral histórica arménia foi hoje atingida pela segunda vez por bombardeamentos do exército azeri, deixando vários feridos, entre eles jornalistas, indicou o Governo da Arménia.

Novo ataque a catedral arménia deixa também jornalistas feridos
Notícias ao Minuto

17:34 - 08/10/20 por Lusa

Mundo Conflito

"Vários jornalistas russos e locais ficaram feridos no segundo bombardeamento das forças azeris que visaram a igreja de Ghazanchetsots [Igreja da Salvação]", na cidade de Choucha, 15 quilómetros a sul de Stepanakert, a capital da autoproclamada República do Nagorno-Karabakh, indicou o Centro de Informação do executivo de Erevan.

Segundo o centro, alguns dos jornalistas feridos vão ser operados e encontravam-se no local para reportar os danos sofridos pela catedral na sequência do primeiro bombardeamento, entretanto negado pelo exército azeri.

"As informações que dão conta dos danos na igreja de Choucha nada têm a ver com as ações militares do exército azeri, que não visam quaisquer edifícios ou monumentos históricos, culturais e, em particular, religiosos", afirmou o Ministério da Defesa do Azerbaijão.

No local durante o segundo bombardeamento, um correspondente da agência noticiosa France-Press (AFP) constatou danos significativos na Catedral da Salvação, designadamente um grande buraco no telhado, os vitrais destruídos e estilhaçados e os bancos de oração virados no meio de entulho e poeira.

Choucha fora já parcialmente destruída durante a batalha decisiva durante a primeira guerra no território separatista do sul do Cáucaso, no início da década de 1990.

A catedral, que também foi então danificada, foi, depois, reconstruída, tornando-se um símbolo para os arménios.

Longamente partilhada entre as culturas cristãs arménias e muçulmanas azeris, Choucha ficou conhecida como a "Jerusalém de Nagorno-Karabakh".

Os combates entre separatistas de Nagorno-Karabakh, apoiados pela Arménia, e o exército do Azerbaijão persistem desde a madrugada de hoje com a retoma dos bombardeamentos contra Stepanakert

O Azerbaijão também acusa a Arménia de alvejar civis.

O balanço oficial desde que as hostilidades recomeçaram, a 27 de setembro, dá conta de mais de 300 mortes, entre elas cerca de meia centena de civis, embora os números sejam "muito parciais", como refere a AFP.

Após o primeiro bombardeamento, negado por Baku, a comunicação governamental arménia em relação ao ataque foi difundida através da rede social Facebook e acompanhada de fotografias do templo cristão, com frescos históricos no interior, atingido pelo fogo de artilharia.

Durante toda a madrugada os sinais de alerta estiveram ativos em Stepanakert, enquanto os projéteis atingiam os alvos, tal como na noite anterior.

O balanço de baixas ainda não foi determinado.

Enclave separatista arménio em território do Azerbaijão, país vizinho do Irão, o território do Nagorno-Karabakh é palco de violentos combates entre forças arménias e azeris desde 27 de setembro

Nagorno-Karabakh, habitado na época soviética por uma maioria arménia cristã e uma minoria azeri muçulmana xiita, efetuou a secessão do Azerbaijão após a queda da URSS, motivando uma guerra com 30.000 mortos e centenas de milhares de deslocados. A frente está congelada desde um cessar-fogo em 1984, apesar de confrontos regulares. 

Os dois campos rejeitam mutuamente a responsabilidade pelo reinício das hostilidades. 

No exterior, o receio consiste em que o conflito se internacionalize numa região, o Cáucaso do Sul, onde russos, turcos, iranianos e ocidentais possuem interesses, e quando Ancara encoraja a ofensiva de Baku e Moscovo está ligado a Erevan por um tratado militar. 

O Presidente azeri, Ilham Aliev, excluiu qualquer trégua sem uma retirada arménia do Nagorno-Karabakh e acusa a Arménia de pretender envolver a Rússia no conflito, através da sua aliança com Erevan na Organização do tratado de segurança coletiva (OTSC). 

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