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Líderes da UE em Bruxelas para desbloquear sanções à Bielorrússia

Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) reúnem-se entre quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas para tentar chegar a acordo sobre a aplicação de sanções aos repressores na Bielorrússia, num processo bloqueado por Chipre.

Líderes da UE em Bruxelas para desbloquear sanções à Bielorrússia
Notícias ao Minuto

16:31 - 30/09/20 por Lusa

Mundo UE

"Os líderes da UE vão reunir-se em Bruxelas para discutir os assuntos externos, em particular as relações com a Turquia e a situação no Mediterrâneo Oriental", devendo também "abordar as relações com a China, a situação na Bielorrússia e o envenenamento [do opositor russo] Alexei Navalny", refere a ordem de trabalhos oficial desta cimeira extraordinária.

Apesar de não ser mencionada no documento, a aplicação de sanções à Bielorrússia - na sequência da repressão no país à onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko -- deverá ser um dos assuntos dominantes neste Conselho Europeu extraordinário.

Após a 'luz verde' dada pelo Conselho da UE em agosto passado, a lista de medidas restritivas relativamente à Bielorrússia tem de ser formalmente aprovada por unanimidade para ficar em vigor, processo que o Chipre está a bloquear por exigir medidas semelhantes contra a Turquia, dada a crise do Mediterrâneo oriental.

Numa altura de tensão em Minsk, caberá então aos líderes europeus acordar sobre estas sanções à Bielorrússia, num processo negocial que várias fontes europeias anteveem como longo.

As mesmas fontes frisam que caberá ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, salientar o apoio incondicional da UE a Chipre e à Grécia relativamente às investidas da Turquia, esperando-se que, através da via diplomática e da promessa de um reforço de sanções a Ancara, Nicósia ceda e aprove as medidas restritivas para a Bielorrússia.

As presidenciais de 09 de agosto na Bielorrússia deram a vitória a Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, o que é contestado pela oposição e não é reconhecido pela UE.

Nesta cimeira, que foi adiada por uma semana devido ao isolamento de Charles Michel por ter tido contacto com um funcionário infetado com covid-19, grande parte dos assuntos estarão também relacionados com a crise do Mediterrâneo oriental.

As tensões entre Ancara e Atenas e Nicósia têm vindo a subir de tom devido às perfurações ilegais turcas nas zonas económicas especiais da Grécia e do Chipre, reclamadas pela Turquia.

"O nosso objetivo é criar um espaço para um diálogo construtivo com a Turquia para alcançar a estabilidade e segurança em toda a região e assegurar o pleno respeito pela soberania e direitos soberanos de todos os Estados-membros da UE. Isto só será possível se a Turquia se empenhar de forma construtiva", argumenta Charles Michel no convite para a cimeira enviado aos líderes europeus.

E admite: "Todas as opções permanecem sobre a mesa para defender os interesses legítimos da UE e dos seus Estados-membros".

No final de agosto, a UE avançou com sanções contra indivíduos ligados a estas perfurações ilegais, punições vistas na altura como tímidas, mas admitiu logo aí reforçar as medidas restritivas.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e a Alemanha, que assegura neste segundo semestre do ano a presidência rotativa da UE, têm desenvolvido esforços de mediação para tentar apaziguar as tensões entre Chipre, Grécia e Turquia depois de Ancara ter decidido unilateralmente fazer prospeções de hidrocarbonetos no Mediterrâneo Oriental, desencadeando uma crise regional.

Neste Conselho Europeu, que arranca pelas 15:00 (hora local, menos uma em Lisboa) de quinta-feira, serão ainda abordadas questões como a escalada de tensões em Nagorno-Karabakh, o impasse nas negociações pós-Brexit e ainda a recuperação económica após a crise gerada pela pandemia de covid-19.

Antes do arranque oficial dos trabalhos, Charles Michel terá algumas reuniões bilaterais em Bruxelas, uma das quais com o primeiro-ministro português, António Costa, pelas 09:15 (menos uma hora em Lisboa).

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