No decurso de uma videoconferência com a chanceler alemã Angela Merkel, cujo país assume a função de intermediário entre a Turquia e a Grécia, Erdogan afirmou que "os desacordos no Mediterrâneo oriental podem ser resolvidos através de negociações, desde que conduzidas com uma abordagem construtiva baseada na equidade", indicou a presidência turca.
No entanto, assegurou que o seu país "continuará a promover uma política determinada e ativa na defesa dos seus direitos" nessa zona, segundo a mesma fonte.
A Turquia e a Grécia disputam zonas no Mediterrâneo oriental potencialmente ricas em gás natural. A tensão agravou-se no final de agosto, quando os dois países promoveram manobras militares rivais.
A crise está incluída na agenda da cimeira europeia de 24 e 25 de setembro em Bruxelas. A Grécia é apoiada nesta crise por diversos países europeus, com destaque para a França.
Ancara assegurou na segunda-feira que o regresso ao porto, na véspera, do Oruc Reis, e um dos seus navios de pesquisa enviado para o Mediterrâneo oriental, e no centro das tensões com a Grécia, foi motivado pela necessidade de trabalhos de manutenção e não constitui um recuo.
Hoje, Ancara anunciou o prolongamento até 12 de outubro das prospeções efetuadas pelo seu navio Yavuz ao largo de Chipre, apesar dos protestos internacionais.
De visita a Nicósia, o presidente do Conselho Europeu Charles Michel exprimiu ainda hoje o compromisso da União Europeia na defesa dos direitos de Chipre na sua disputa com a Turquia sobre os direitos de exploração de gás no Mediterrâneo.
Em paralelo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu a Turquia contra todas as tentativas de "intimidação" dos seus vizinhos no conflito gasífero no Mediterrâneo oriental.