Líbia: UE saúda informações "importantes" após anúncio de cessar-fogo
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, saudou hoje as informações "importantes e positivas", depois do anúncio de um cessar-fogo na Líbia pelas partes em confronto e a organização de eleições em breve.
© Reuters
Mundo Josep Borrell
Agora "é crucial que todas as partes se atenham às suas declarações", disse Borrell, acrescentando, na rede social Twitter: "Todos os líbios merecem uma solução política e um regresso à estabilidade e à paz".
No mesmo sentido pronunciaram-se Liga Árabe, Arábia Saudita, Jordânia e Egito.
Todos saudaram o cessar-fogo, que vai entrar em vigor na próxima semana, após 15 meses de intensos combates.
Em comunicado, a Liga Árabe saudou o "compromisso com o cessar-fogo imediato e o fim de todas as operações militares no território líbio", confrontos que mataram mais de 1.800 pessoas, incluindo 400 civis.
As partes concordaram ainda em "trabalhar para alcançar acordos sobre a retoma integral das operações de produção e exportação de petróleo", virando "a página do conflito [...] para chegar a uma solução pacífica", notou.
A Liga Árabe mostrou-se ainda esperançada quanto à possibilidade de "um acordo de cessar fogo oficial, permanente e abrangente".
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita também celebrou a trégua, destacando a "necessidade de iniciar um diálogo político interno" que coloque o interesse nacional acima de tudo, evitando a interferência externa.
Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia e o Presidente do Egito, Abdelfatah al-Sisi, também aplaudiram o pacto.
O governo da Líbia, apoiado pelas Nações Unidas, anunciou hoje um cessar-fogo em todo o país e pediu a desmilitarização da contestada cidade estratégica de Sirte, que é controlada por forças rivais.
O governo de Tripoli também pediu o fim do bloqueio ao petróleo imposto por forças rivais desde o início do ano, bem como eleições parlamentares e presidenciais.
A Líbia mergulhou no caos após o derrube de Muammar Kadhafi em 2011.
A luta pelo poder é disputada pelo Governo de Acordo Nacional, de Fayez al-Sarraj, sediado em Tripoli e apoiado pela ONU, e o governo rival do Leste, controlado pelo marechal Khalifa Haftar.
Sarraj conta com a ajuda da Turquia e Hafter com o apoio da Rússia e do Egito.
As forças de Hafter lançaram uma ofensiva em abril de 2019, para tentar capturar a capital, mas a campanha fracassou em junho, quando as milícias aliadas de Tripoli, com apoio turco, ganharam vantagem.
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