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Alemanha e Rússia rejeitam sanções dos EUA contra gasoduto Nord Stream 2

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e da Alemanha, Heiko Maas, rejeitaram hoje as novas sanções impostas pelos Estados Unidos a propósito do gasoduto Nord Stream 2.

Alemanha e Rússia rejeitam sanções dos EUA contra gasoduto Nord Stream 2
Notícias ao Minuto

15:30 - 11/08/20 por Lusa

Mundo Nord Stream 2

"As sanções entre parceiros não são de facto um caminho correto, antes um caminho equivocado. Afinal, onde comprar combustível é uma decisão soberana. Nenhum Estado pode proferir ameaças sobre o que será a política energética da União Europeia [UE]", disse Maas em conferência de imprensa após uma reunião com Lavrov em Moscovo, indicou a agência noticiosa Efe.

Maas sublinhou que para o Governo alemão e para a UE "as relações transatlânticas são de grande importância não apenas nos últimos tempos, mas ao longo de muitos anos", mas criticou as opções de Washington por estas medidas.

"Debatemos este tema na UE, até que ponto as sanções extraterritoriais violam o direito internacional, conversaremos com os nossos parceiros e abordarei com muito clareza a nossa posição com o secretário de Estado dos Estados Unidos", indicou.

De acordo com o chefe da diplomacia de Berlim, a soberania é um tema primordial para a UE.

"Temos valores em que nos apoiamos, mas também temos interesses. E se violam esses interesses, afirmamo-lo com clareza, na direção do ocidente como do leste. A Europa deve ser capaz atualmente de fazer mais pela sua segurança e exprimir-se com mais clareza em defesa dos seus interesses", assegurou.

Por sua vez, Lavrov considerou ilegais as sanções aplicadas ao seu país, decididas pelos EUA e também pela União Europeia.

"Apesar de aplicar sanções unilaterais, a UE abstém-se de impô-las de modo extraterritorial. Mas os EUA não cumprem qualquer tipo de 'linhas vermelhas', nenhum tipo de limites, e perseguem sem nenhuma perspetiva de diplomacia, de forma grosseira, um único objetivo, fazer tudo o que se lhes aprouver", denunciou.

Segundo Lavrov, a retirada dos EUA da maioria dos acordos e organizações internacionais consideradas um entrave para Washington são um claro exemplo desta política.

"Os EUA afirmam publicamente que vão impedir a qualquer preço o Nord Stream 2 porque defendem a 'segurança energética' da Europa. Se os nossos parceiros europeus estão dispostos a ceder aos Estados Unidos a solução da sua segurança, seja energética ou outra, então é a sua decisão", precisou.

No entanto, Lavrov indicou que "a reação da Alemanha é outra" e que "possui a sua própria posição e defende-a".

Nessa perspetiva, assegurou que os países e empresas envolvidas no projeto Nord Stream 2 "estão empenhados e concluí-lo", uma situação que "acontecerá proximamente".

Na segunda-feira, em Berlim, Maas tinha já expressado o seu "descontentamento" ao homólogo norte-americano após novas ameaças de sanções contra o porto de Sassnitz, pela sua participação no projeto Nord Stream 2.

Em conferência de imprensa, Heiko Maas foi questionado sobre uma carta enviada na semana passada por três senadores norte-americanos que ameaçava de "destruição financeira" este porto da ilha alemã de Rügen, no mar Báltico, caso a Alemanha não terminasse de imediato a sua participação neste projeto de gasoduto, que deve encaminhar gás russo para a Europa.

"Ontem [domingo] mantive uma conversa telefónica com Mike Pompeo, e manifestei-lhe o meu espanto e o meu descontentamento", declarou Maas.

Em dezembro passado, o Congresso norte-americano tinha já aprovado sanções contra o projeto Nord Stream 2, acusado por Washington de reforçar a influência de Moscovo na Europa, mas considerado pelos seus promotores estratégico para o fornecimento do espaço europeu.

As sanções destinaram-se às empresas que colaboram na construção no mar Báltico deste gasoduto que designadamente evita a Ucrânia, aliada dos ocidentais, e por onde transitava até ao presente uma parte considerável do gás russo.

Na ocasião, a União Europeia e Berlim denunciaram estas sanções, dirigidas a empresas legítimas e entendidas como uma ingerência norte-americana na política energética europeia.

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