New York Times transfere parte da sede asiática de Hong Kong para Seul

O jornal norte-americano New York Times anunciou hoje a decisão de transferir parte das operações de Hong Kong para Seul, após a aprovação da Lei de Segurança Nacional imposta ao território por Pequim.

the new york times

© Reuters

Lusa
15/07/2020 06:15 ‧ 15/07/2020 por Lusa

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"A radical lei de segurança nacional em Hong Kong criou muita incerteza sobre as consequências que as novas regras terão na nossa atividade jornalística", escreveu a direção do jornal num e-mail ao pessoal, de acordo com informação divulgada no 'site' do New York Times (NYT).

"Pensamos ser mais prudente fazer planos de contingência e começar a diversificar a nossa equipa editorial na região", acrescentou.

O New York Times tem a sede regional há décadas em Hong Kong, de onde tem vindo a cobrir notícias na Ásia e, mais recentemente, a ajudar a produzir o conteúdo digital de 'streaming' do jornal.

O jornal lembrou ter escolhido a antiga colónia britânica como sede asiática, tal como muitos outros meios de comunicação social de língua inglesa, devido à proximidade com o continente e à "rica tradição de uma imprensa livre".

"Mas uma lei geral de segurança nacional aprovada pela China em junho, destinada a travar a oposição e as forças pró-democracia em Hong Kong, perturbou as organizações noticiosas e criou incerteza sobre as perspetivas da cidade como centro de jornalismo na Ásia", salientou o jornal.

O NYT indicou que "alguns funcionários" do jornal tiveram dificuldades na obtenção de autorizações de trabalho, "obstáculos que são comuns na China, mas que raramente foram um problema na antiga colónia". O jornal concluiu que "com a cidade a enfrentar uma nova era sob o apertado domínio chinês, os editores do Times determinaram que precisavam de uma base adicional de operações na região".

O diário adiantou que vai transferir a equipa digital, cerca de um terço dos funcionários de Hong Kong, para Seul, no próximo ano.

Este é o primeiro grande passo anunciado por um meio de comunicação social internacional desde que a Lei de Segurança Nacional foi aprovada por Pequim no mês passado.

Promulgada em 30 de junho pelo Presidente da China, Xi Jinping, a nova lei permite punir quatro tipos de crimes contra a segurança do Estado: atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras que ponham em risco a segurança nacional em Hong Kong.

Os crimes contra a segurança nacional passam a ser passíveis de prisão perpétua na região administrativa especial chinesa.

A comunidade internacional, com os Estados Unidos e a UE em destaque, além de diversas organizações não-governamentais (ONG), expressaram mais de uma vez o receio de que a lei sirva para silenciar vozes críticas em Hong Kong, após um ano de protestos que levaram a nove mil detenções no território.

Hong Kong regressou à soberania da China em 1997 sob um acordo que garantia ao território 50 anos de um elevado grau de autonomia e de liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas".

 

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