Observatório sobre armas químicas condena ataques atribuídos a Damasco
O órgão executivo do observatório mundial sobre armas químicas condenou hoje a utilização de armas químicas pela Síria e apelou ao Governo do Presidente Bashar al-Assad para declarar a totalidade do seu arsenal químico.
© Reuters
Mundo Síria
A declaração, aprovada pela maioria dos Estados-membros do Conselho Executivo da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês) surge três meses após investigadores terem acusado a força aérea síria de diversos ataques em março de 2017 com gás sarin e cloro na Síria.
"O Conselho exprimiu a sua profunda simpatia pelas vítimas do uso de armas químicas como foi registado pela equipa de Investigação e identificação da OPCW", referiu a organização com sede na capital dos Países Baixos, Haia.
O Governo sírio tem rejeitado sistematicamente as alegações sobre a utilização de armas químicas no decurso da guerra civil no país, iniciada em 2011.
A decisão aprovada pelo Conselho solicita à Síria que revele à OPCW dentro de três meses onde foram "desenvolvidas, produzidas, armazenadas e preparadas" as armas utilizadas nos ataques de 2017.
Solicita ainda à Síria que declare "todas as armas químicas que possui atualmente", que identifique as fábricas de produção de armas químicas e solucione "todas as questões em suspenso relacionadas com a sua declaração inicial sobre o seu programa e o armazenamento de armas químicas".
A Síria aderiu à OPCW em 2013 após ser acusada de um ataque com gás venenoso num subúrbio de Damasco. O Governo de Al-Assad declarou na ocasião cerca de 1.300 toneladas de armas químicas e material associado, que foi destruído, mas permaneceram dúvidas sobre a disponibilidade do Governo sírio em revelar a totalidade deste arsenal.
Em abril, Santiago Onate-Laborde, coordenador da equipa de investigação do observatório mundial, disse numa declaração que a equipa concluiu "existirem motivos razoáveis para acreditar que os autores do uso de sarin como uma arma química em Latamneh em 24 e 30 de março de 2017, e o uso de cloro como arma química em 25 de março de 2017 foram indivíduos pertencentes à força aérea árabe síria".
A decisão do Conselho Executivo também manifestou "profunda preocupação" pela conclusão da equipa e que "estabelece que a República Árabe Síria não declarou nem destruiu todas as suas armas químicas e as fábricas de produção de armas químicas", pelo que "solicita à República Árabe Síria que termine imediatamente a utilização de armas químicas".
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