"A decisão de enviar as 'caixas negras' foi tomada há algum tempo e será implementada em breve", declarou Javad Zarif, de acordo com um comunicado do ministério, divulgado na sequência de uma conversa telefónica com o homólogo canadiano François-Phillipe Champagne.
Na semana passada, o ministério indicou que o processo de envio das "caixas negras" estava atrasado devido à pandemia de covid-19, que resultou no cancelamento da maioria dos voos internacionais.
As forças armadas iranianas admitiram a 11 de janeiro ter abatido "por engano", três dias antes, o avião da Boeing PS 752 da companhia aérea Ukraine International Airlines que fazia a ligação entre Teerão e Kiev logo após ter descolado do Aeroporto Internacional de Teerão.
A tragédia matou as 176 pessoas que se encontravam a bordo do avião, a maioria iranianos e canadianos, muitos deles com as duas nacionalidades.
Otava alega há meses que o Irão, que não possui os meios técnicos que permitem extrair e decifrar os dados das "caixas negras", tem transmitido os mesmos para o estrangeiro para análise.
As "caixas negras" contêm informações sobre os momentos finais antes de a aeronave ser atingida por dois mísseis terra-ar e se ter despenhado.
Segundo o comunicado do ministério, Teerão disse à Ucrânia estar pronto para "resolver os problemas jurídicos e discutir os meios de indemnização das famílias" das vítimas, mas ainda não recebeu uma delegação da outra parte.
No dia do acidente, as defesas aéreas do Irão estavam em estado de alerta elevado, depois da República Islâmica ter disparado mísseis contra uma base iraquiana que abrigava soldados norte-americanos para vingar a morte do importante general iraniano Qassem Soleimani em resultado de um ataque de 'drone' [aparelho aéreo não tripulado] norte-americano no aeroporto de Bagdad, a 3 de janeiro.