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"Protestos pela morte de Floyd expõe violência policial e desigualdades"

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos diz que os violentos protestos por causa da morte de George Floyd não expõe só a violência policial.

"Protestos pela morte de Floyd expõe violência policial e desigualdades"
Notícias ao Minuto

16:46 - 02/06/20 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Mundo Michelle Bachelet

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, comentou, esta terça-feira, a pandemia e o caso da morte do afro-americano George Floyd e a onda de protestos que se seguiu, que vai já no sexto dia, em dezenas de cidades norte-americanas, algumas palco de grande violência.

"Este vírus está a expor as desigualdades endémicas que são ignoradas há demasiado tempo", indicou Michelle Bachelet, através de comunicado, citado pelo New York Times.

Os Estados Unidos da América (EUA) são o país com mais mortos (105.147) e mais casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados (mais de 1,8 milhões), de acordo com os números mais recentes.

"Nos Estados Unidos, os protestos espoletados pela morte de George Floyd estão a expôr não são a violência policial contra as pessoas de cor, como as desigualdades na saúde, na educação, o desemprego e a descriminação racial endémica", completou.

Recorde-se que George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis, depois de um polícia lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd ter dito que não conseguia respirar.

O agente da polícia em questão, Derek Chauvin, foi demitido, detido e acusado de homicídio.

Uma semana depois do caso, centenas de milhares de norte-americanos têm vindo para as ruas de dezenas de cidades norte-americanas para protestar contra a violência policial, o racismo, mas também contra as desigualdades sociais, que foram agravadas pela crise da covid-19.

Alguns protestos têm degenerado em atos violentos e em confrontos com a polícia, com o registo de milhares de detenções, várias vítimas mortais e vários agentes da polícia alvejados.

Em várias cidades, incluindo em Washington, foi decretado um recolher obrigatório.

Na segunda-feira, numa declaração feita a partir da Casa Branca, o Presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu restaurar a ordem no país, ameaçando mobilizar as forças militares para acabar com a violência nas ruas.

Ainda no mesmo comunicado, Michelle Bachelet referiu que os problemas de discriminação conjugados com a desigualdade associada à covid-19 não é uma situação exclusiva dos EUA, denunciando que tal também "se verifica em diferentes graus em muitos outros países".

"As estatísticas mostram um impacto devastador da Covid-19 nas populações de origem africana, bem como nas minorias étnicas em certos países, incluindo Brasil, França, Reino Unido (...)", disse a Alta Comissária da ONU.

"É uma tragédia que tenha sido preciso a Covid-19 para mostrar o que já deveria ser óbvio - que um acesso desigual aos cuidados de saúde, habitações sobrelotadas e uma discriminação omnipresente tornam as nossas sociedades menos estáveis, menos seguras e menos prósperas", concluiu Bachelet.

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