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Vários feridos em confrontos entre apoiantes e críticos de Bolsonaro

Apoiantes e críticos do presidente brasileiro Jair Bolsonaro entraram hoje em confronto causando distúrbios violentos que deixaram várias pessoas feridas, entre elas o fotógrafo da agência de notícias espanhola Efe Fernando Bizerra.

Vários feridos em confrontos entre apoiantes e críticos de Bolsonaro
Notícias ao Minuto

21:09 - 31/05/20 por Lusa

Mundo Brasil

Os incidentes ocorreram na conhecida e central Avenida Paulista, na cidade brasileira de São Paulo, para a qual foram convocadas manifestações pelo chamado "Bolsonarismo", a favor do presidente Jair Bolsonaro, e também por grupos de opositores ao atual chefe de Estado do país, de extrema-direita, que protestam contra o "autoritarismo".

Os primeiros manifestaram o seu apoio a Bolsonaro, exigindo o "encerramento" do Parlamento e do Supremo Tribunal, que acusam de "conspirar" contra o governo, enquanto os segundos afirmaram que iriam para a rua em "defesa da democracia".

As manifestações, que também tiveram lugar noutras cidades do país, foram convocadas numa altura em que o Brasil, com quase meio milhão de pessoas, é o segundo país do mundo com o maior número de infeções por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, e o quarto em número de mortes, com 28.834, de acordo com os últimos dados oficiais.

Na Avenida Paulista, os confrontos entre os dois lados levaram a polícia a intervir com gás lacrimogéneo e balas de borracha e três pessoas foram detidas, segundo o G1, portal da Globo.

Várias pessoas ficaram feridas nos distúrbios, incluindo o fotógrafo Fernando Bizerra da agência de notícias espanhola Efe, que estava a fazer a cobertura dos acontecimentos e foi atingido por um objeto na perna esquerda e depois levado para um hospital para tratamento, relata aquele órgão de comunicação social.

Pouco antes, em Brasília, o presidente Bolsonaro esteve presente num evento organizado pelos seus apoiantes, no qual também se manifestaram contra o Parlamento e o Supremo Tribunal e exigiram "uma intervenção militar".

Bolsonaro não fez declarações e limitou-se a cumprimentar e a abraçar muitos dos participantes, levantando algumas crianças nos braços e posando para fotos, tudo sem usar a máscara, com a qual é obrigatório circular nas ruas de Brasília por causa da pandemia.

Depois de saudar os seus apoiantes, estimados em cerca de 3.000, o chefe de Estado dirigiu-se a um grupo de polícias a cavalo, montou num dos animais e caminhou entre o povo, que após aquele ato do presidente dispersou sem grandes incidentes.

O presidente, bem como três dos seus filhos que também estão envolvidos em atividades políticas, são atualmente objeto de várias investigações que estão nas mãos da Procuradoria-Geral da República e supervisionadas pelo Supremo Tribunal.

No caso de Bolsonaro, é alegadamente suspeito de tentar intervir ilegalmente na Polícia Federal, um órgão autónomo que depende do Ministério da Justiça, sendo o antigo ministro, Sergio Moro, quem denunciou as alegadas irregularidades.

No sábado, o chefe de Estado publicou uma série de mensagens nas redes sociais aludindo aos problemas do seu governo com o sistema de justiça e concluiu com uma forte declaração: "Tudo aponta para uma crise", escreveu.

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