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Seis feridos em novo ataque na principal estrada do centro de Moçambique

Um novo ataque a um autocarro no centro de Moçambique feriu hoje seis pessoas na Estrada Nacional 1, a principal ligação entre o Sul e Norte do país, disseram à Lusa fontes locais.

Seis feridos em novo ataque na principal estrada do centro de Moçambique
Notícias ao Minuto

11:38 - 11/05/20 por Lusa

Mundo Moçambique

O ataque ocorreu por voltas das 07h30 (06h30 em Lisboa) e as pessoas foram atingidas por estilhaços de vidro, quando o autocarro foi alvejado por "rajadas de balas", um pouco depois de Mutindiri, no limite entre as províncias de Manica e Sofala, disse à Lusa um dos passageiros.

Os passageiros do autocarro tinham pernoitado na zona de Muxungue, com receio de emboscadas que têm sido comuns neste troço desde agosto do ano passado.

Entre Mutindiri e Muda Serração foi montada uma posição militar que impede a circulação de viaturas no troço alvo dos ataques depois das 18:00.

As vítimas deste novo ataque foram levadas ao Hospital Rural de Muxungue, a unidade mais próxima.

A Lusa contactou o porta-voz da polícia moçambicana em Sofala, Daniel Macucua, que prometeu um pronunciamento nas próximas horas.

Esta incursão surge na sequência de outras registadas em Manica e Sofala, tendo provocado a morte de 23 pessoas desde agosto em estradas e povoações daquelas duas províncias do centro de Moçambique.

Na região, deambulam guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), liderados por Mariano Nhongo, acusado pelas autoridades de ser responsável pelos ataques, mas que apenas assumiu algumas ações.

O grupo tem ameaçado recorrer à violência armada para negociar melhores condições de reintegração social do que as acordadas pelo seu partido com o Governo.

A zona do ataque tem sido palco de outras incursões naquele troço que liga o Norte ao Inchope, importante entroncamento com a Estrada Nacional 6 (entre Beira e Zimbábue).

No ataque de hoje, segundo fontes locais, as balas foram disparadas a partir de uma pequena colina e atingiram o lado direito do autocarro, onde se podiam contar pelo menos 14 perfurações.

"Tínhamos passado uma posição militar, de repente uma rajada de balas, a sorte é que o motorista não se assustou e evitou o pior", disse à Lusa José Victorino, um dos tripulantes, descrevendo o pânico entre os 40 passageiros que seguiam no autocarro.

"As balas atingiram o vidro da janela onde eu estava sentado, com uma criança no colo, só não nos feriram porque agachei com outros passageiros", contou Evaristo Alfredo, um passageiro do autocarro.

O autocarro e os passageiros permaneceram durante três horas no local do ataque até à chegada da polícia moçambicana, que depois escoltou o autocarro para uma zona segura.

[Notícia atualizada às 14h02]

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