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África Subsaariana com oito milhões de novos deslocados no ano passado

A África Subsaariana registou oito milhões de novos deslocados em 2019, menos dois milhões do que no ano anterior, segundo um relatório divulgado hoje e que coloca Moçambique como o 14.º país com mais população deslocada.

África Subsaariana com oito milhões de novos deslocados no ano passado
Notícias ao Minuto

16:24 - 28/04/20 por Lusa

Mundo África

De acordo com o relatório do Observatório dos Deslocados Internos, organização civil que faz parte do Conselho de Refugiados da Noruega, embora o número global de deslocados tenha diminuído significativamente na África Subsaariana, o aumento dos ataques na região do Sahel, particularmente no Burkina Faso e no Mali, fez aumentar as populações deslocadas nestes países.

A África Subsaariana passou, assim, de acolher 36% dos deslocados internos em todo o mundo para menos de 25%, uma redução percentual que pode ser explicada pelo aumento das catástrofes naturais e meteorológicas na Ásia oriental e meridional e no Pacífico.

No entanto, as populações deslocadas pelo clima também aumentaram em África, de pouco mais de 2,6 milhões, em 2018, para quase 3,5 milhões, em 2019.

A passagem dos ciclones Idai e Kenneth por Moçambique, em março e abril do ano passado, colocou o país em 14.º lugar na lista global, com mais de meio milhão de novos deslocados.

Outros países com conflitos ativos, como a Somália - com mais pessoas deslocadas pelo clima (479 mil) do que pela violência (188 mil) - ou o Sul do Sudão, com 294 mil deslocados por fenómenos climáticos e 259 mil pelos conflitos, acolhem também muitos refugiados climáticos.

No total, a África Subsariana contava com quase 3,5 milhões de deslocados internos devido a catástrofes naturais e quase 4,6 milhões devido a conflitos e violência em 2019, elevando o total para pouco mais de oito milhões.

A República Democrática do Congo, que encabeçou a lista em quase todos os relatórios anteriores, ocupa, com quase dois milhões de pessoas, o quarto lugar entre os países com mais deslocados internos, atrás da Índia, das Filipinas, do Bangladesh e da China.

Nestes últimos países, trata-se quase exclusivamente de deslocados por catástrofes naturais.

A Etiópia passou de ser o país com o maior número de deslocados internos devido à violência para o sétimo lugar, reduzindo o número em quase três milhões para pouco mais de um milhão.

Embora o número global de pessoas deslocadas pela violência seja inferior ao ano passado, em países como o Burkina Faso e o Mali, os dados dispararam.

O Burkina Faso, onde os conflitos políticos e os ataques 'jihadistas' duplicaram no último ano, passou de 42 mil deslocados por causa da violência para mais de meio milhão em 2019, ocupando o 13.º lugar no mundo.

No Mali, onde a violência tem vindo a alastrar nos últimos anos, o número duplicou, passando de 126 mil, em 2018, para 284 mil, em 2019.

O ano passado ficou marcado pelo novo acordo de paz entre o Governo da República Centro-Africana (RCA) e 14 grupos armados e embora várias organizações tenham relatado violações do acordo e a sua implementação seja lenta, tem-se observado um declínio acentuado do número de pessoas deslocadas: de 510 mil, em 2018, para 96 mil, em 2019.

A nível mundial, o fenómeno de deslocação de populações voltou a bater recordes, com um número acumulado de 50,8 milhões de vítimas.

De acordo com a diretora do Observatório, Alexandra Bilak, citada pela agência noticiosa Efe, os dois epicentros globais de deslocação de populações motivada por conflitos continuam a ser a África Subsariana e o Médio Oriente, mas a organização documentou novas vagas de deslocação forçada na América Central e do Sul.

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