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ONU alerta para efeitos da quebra do turismo em Cabo Verde e São Tomé

A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) alertou hoje para o impacto da quebra do turismo em pequenos Estados insulares em desenvolvimento, como Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, devido à pandemia de covid-19.

ONU alerta para efeitos da quebra do turismo em Cabo Verde e São Tomé
Notícias ao Minuto

20:22 - 24/04/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Segundo um comunicado emitido pela UNCTAD, Cabo Verde é o sexto pequeno Estado insular em desenvolvimento que deverá ter o seu produto interno bruto (PIB) mais afetado, com quebra de 12%.

Na ótica da agência das Nações Unidas, o turismo, que representa 46% do PIB do arquipélago, aliado a uma dívida pública de 89% da economia cabo-verdiana e a existência de reservas internacionais - de moeda estrangeira, utilizada para pagar importações - equivalentes a cinco meses colocam o arquipélago lusófono como um dos mais afetados na lista.

A UNCTAD estima que Cabo Verde necessite de assistência financeira avaliada em 131 milhões de dólares (121,3 milhões de euros).

Para São Tomé e Príncipe, a UNCTAD prevê um efeito negativo de 7% na economia do país. De acordo com os dados da agência da ONU, o turismo representa 27% do PIB, enquanto a dívida externa alcança os 59% deste indicador. Ao mesmo tempo, São Tomé e Príncipe é um dos países com menores reservas internacionais, suficientes apenas para três meses.

A UNCTAD estima que São Tomé e Príncipe necessite de 25 milhões de dólares (23,2 milhões de euros).

Já Timor-Leste é o segundo país menos afetado, segundo a agência da ONU, que prevê que a baixa incidência do turismo no PIB timorense (3%) produza uma contração na economia de apenas 1%.

Ainda assim, a UNCTAD avalia que Timor-Leste necessite de 20 milhões de dólares (18,5 milhões de euros).

No comunicado, a UNCTAD cita a previsão de uma outra agência da ONU, como a Organização Mundial de Turismo, que prevê uma contração entre 20% e 30% do setor turístico este ano, algo que diz ser "conservador para os países dependentes de turistas estrangeiros".

A UNCTAD acrescenta que, de acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, em episódios epidémicos anteriores, o tempo médio de recuperação dos destinos turísticos rondou os 19 meses.

No total dos 28 pequenos Estados insulares em desenvolvimento, a UNCTAD admite que sejam necessários 5,5 mil milhões de dólares (5,01 mil milhões de euros) para enfrentar as consequências da pandemia nas economias.

"Ainda que muitos dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento não estejam entre os países mais pobres, são vulneráveis. Isto é ainda mais agravado devido às elevadas dívidas externas que muitos destes Estados têm", acrescenta a UNCTAD.

A agência da ONU adianta que "é fundamental que estes Estados tenham acesso a fundos sem taxas de juro e possam suspender os atuais pagamentos de dívida até estarem preparados financeiramente para cumprirem as suas obrigações externas".

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 720 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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