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Cabo Verde interdita voos com origem em Itália por três semanas

O Governo de Cabo Verde interditou hoje, durante um período de três semanas, todos os voos com origem em Itália para aeroportos cabo-verdianos, devido ao alastrar do surto do novo coronavírus naquele país europeu.

Cabo Verde interdita voos com origem em Itália por três semanas
Notícias ao Minuto

22:18 - 26/02/20 por Lusa

Mundo Coronavírus

Em nota divulgada pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva refere que a resolução, aprovada em reunião do Conselho de Ministros, será publicada na quinta-feira e que o Governo italiano foi "devidamente informado desta medida preventiva, temporária, que se justifica pelo facto de se ter registado um aumento exponencial de casos de pessoas infetadas pela Covid-19 em Itália".

Na mesma nota, o primeiro-ministro refere que a medida será avaliada ao final de três semanas, "para decisão sobre a continuidade da medida ou seu cancelamento", conforme a avaliação da evolução do novo coronavírus em Itália.

Itália, sobretudo o norte do país, ultrapassou hoje os 400 casos de infetados pelo novo coronavírus, entre os quais 12 mortos. Deste total, a região da Lombardia, cuja capital é Milão, concentra a maioria de ocorrências, com 258 infetados e nove vítimas mortais.

A decisão, refere Ulisses Correia e Silva na mesma nota, é justificada igualmente "pelo facto de existirem ligações diárias diretas" entre Itália e Cabo Verde, casos das ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista, "com um afluxo anual de 30 mil turistas e com uma média de estadia de cerca de seis dias".

Em Itália vive igualmente uma importante comunidade de emigrantes cabo-verdiana, estimada em mais de 20.000 pessoas.

"Perante a situação de epidemia que está atingir vários países do mundo, é preciso sentido de responsabilidade e evitar atitudes oportunistas que nada contribuem para a prevenção e o combate de um fenómeno à escala global", prossegue Ulisses Correia e Silva, garantindo que o Governo acompanha, "desde a primeira hora", este surto e que "tem tomado as medidas que se impõem em decorrência da situação de emergência sanitária internacional" declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O surto do Covid-19, que começou na China, já infetou mais de 81.000 pessoas em todo o mundo, de acordo com os números das autoridades de saúde dos cerca de 30 países afetados.

O balanço provisório da epidemia do novo coronavírus é de mais de 2.700 mortos e mais de 81 mil infetados, de acordo com dados reportados por mais de 40 países e territórios. Das pessoas infetadas, quase 30 mil recuperaram.

A Lusa noticiou na terça-feira que o Governo cabo-verdiano mobilizou 700.000 euros para financiar um plano de emergência para lidar com o novo coronavírus, face à exposição a países que enfrentam o surto, apesar de não ter ainda registado qualquer caso.

De acordo com a resolução do Conselho de Ministros 34/2020, publicada terça-feira, o Governo cabo-verdiano autorizou a "transferência de verbas entre departamentos governamentais" no valor de 76.852.814 escudos (697 mil euros), para financiar o Plano Emergência de luta contra a epidemia do Covid-19.

Para o efeito, foram cortadas verbas nos vários ministérios, previstas no Orçamento do Estado para 2020, essencialmente nas rubricas de "deslocação e estadas" de membros do executivo, sendo atribuídas, ao abrigo deste plano de emergência, 13.124.814 escudos (119 mil euros) para despesas com pessoal médico, 25.575.000 escudos (233 mil euros) para aquisições de bens e serviços clínicos, e 38.153.000 escudos (345 mil euros) para compra de máquinas e equipamento clínico.

Na China estudam cerca de 350 cabo-verdianos, 15 dos quais estão em quarentena em Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus. Além disso, milhares de chineses trabalham e vivem atualmente no arquipélago de Cabo Verde.

Além de 2.717 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França e Taiwan.

OMS declarou o surto do Covid-19, família de vírus que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, como emergência de saúde pública internacional devido ao risco de propagação à escala global.

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