Iraque: Milícias aceitam afastar-se dos principais locais de protesto
Milícias leais ao poderoso clérigo xiita Moqtada al-Sadr aceitaram hoje abandonar os principais locais das manifestações em Bagdad e em Najaf (sul), após confrontos esta semana que causaram pelo menos sete mortos e dezenas de feridos.
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Mundo Iraque
O ativista Sabah Nabil, um dos porta-vozes dos que se manifestam na praça Tahir em Bagdad, epicentro dos protestos que abalam o Iraque desde 01 de outubro, disse hoje à agência noticiosa espanhola EFE que chegaram a acordo com o conselheiro militar do movimento Sadr, Abu Dooa al-Eisawi, para a retirada das milícias fieis ao clérigo, conhecidas como "capacetes azuis".
"Eisawi veio à praça Tahrir e teve uma série de reuniões com os manifestantes", disse Nabil, explicando que o acordo prevê que as milícias não se aproximem dos protestos e que se retirem daquela praça central de Bagdad, bem como da praça al-Sadrain, em Najaf.
"As partes acordaram ainda distanciar-se de atos de provocação e não cometer excessos uma contra a outra", adiantou o ativista.
O grande 'ayatollah' iraquiano Ali al-Sistani condenou na sexta-feira os ataques dos apoiantes de Moqtada al-Sadr contra os manifestantes antigovernamentais e pediu às forças de segurança que protejam as pessoas.
Nabil indicou que os manifestantes e o movimento de Sadr formaram uma comissão para prevenir atos violentos.
Fonte do Ministério do Interior que não quis ser identificada disse à Efe que também se conseguiu um acordo em Najaf "sob supervisão" do ministro do Interior, Yasin al-Yaseri.
"Os seguidores de Sadr retiraram-se, os manifestantes regressaram à praça e as forças de segurança assumiram a responsabilidade de proteger a praça e os contestatários", referiu.
Sadr começou por apoiar as manifestações, mas depois retirou o seu apoio aos manifestantes, o que levou centenas dos seus seguidores a abandonarem os acampamentos.
A decisão, segundo fonte da coligação política Sairun liderada pelo clérigo xiita, foi tomada depois de manifestantes terem tentado impedir uma manifestação no final de janeiro, encabeçada por Sadr, para exigir a retirada das forças dos Estados Unidos do Iraque.
Perto de 550 pessoas morreram nos protestos, entre manifestantes e forças de segurança, segundo a pública Comissão de Direitos Humanos iraquiana, desde que começou a contestação a 1 de outubro.
Os manifestantes pedem uma reforma do sistema político, o fim da corrupção e melhores serviços básicos.
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