ONU refere-se a 467 manifestantes mortos no Iraque
A Missão das Nações Unidas no Iraque indicou hoje que pelo menos 467 manifestantes foram mortos e mais de 9.000 feridos durante os protestos no Iraque que decorrem desde 01 de outubro.
© Reuters
Mundo Iraque
Em comunicado, a enviada especial da ONU para o Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, lamentou as mortes de manifestantes pelas forças de segurança iraquianas durante os protestos e assegurou que "é intolerável o derramamento diário de sangue".
A diplomata holandesa também qualificou de "alarmante" o "recente aumento no uso de munição real" pelas forças de segurança iraquianas e a ação de grupos armados não identificados contra os manifestantes e ativistas.
Referiu ainda que nas duas últimas semanas foram mortas 19 pessoas, incluindo 11 em Bagdad.
Hennis-Plasschaert acrescentou que "os autores destes assassínios ilegais devem comparecer perante a justiça" e exigiu às autoridades que "intensifiquem os esforços para terminar com o impasse político".
O Iraque atravessa uma crise política na sequência dos protestos populares e que implicaram a demissão do primeiro-ministro, Adel Abdel-Mahdi, em 29 de novembro, apesar se permanecer interinamente no cargo.
Os protestos terão sido desencadeados de forma espontânea em diversas cidades do país, quando milhares de pessoas saíram às ruas para exigir o fim da corrupção e soluções para combater o desemprego e melhorar os serviços públicos.
A violência nas ruas do Iraque aumentou no mês de janeiro após o bombardeamento seletivo dos Estados Unidos perto do aeroporto de Bagdad que resultou no assassínio do poderoso comandante iraniano Qassem Soleimani e Abu Mahdi al-Muhandis, número dois do Comité de Mobilização Popular, as milícias amadas xiitas iraquianas.
A situação agravou-se após o influente líder religioso Moqtada al-Sadr, que de início se solidarizou com os protestos, anunciar que deixava de apoiar os manifestantes ao considerar que tentaram boicotar o grande desfile dos seus seguidores contra a presença militar dos Estados Unidos.
Após esta decisão, a polícia tentou terminar com os protestos permanentes em várias cidades, provocando dezenas de feridos e pelo menos três mortos.
Na segunda-feira, 16 embaixadores no Iraque, na maioria europeus, denunciaram o uso "excessivo" da força contra os manifestantes pelas forças de segurança e grupos armados nos últimos quatro dias, quando foram registados ataques de milícias e tentativas de desmantelamento das tendas e barricadas erguidas pelos contestatários.
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