Benjamin Netanyahu, que falava na cerimónia de inauguração de um monumento em Jerusalém sobre o cerco de 900 dias a Leninegrado (atual São Petersburgo) durante a Segunda Guerra Mundial, destacou que milhões de residentes soviéticos foram mortos durante a guerra.
"Não devemos nem por um segundo obscurecer o sacrifício e a contribuição da antiga União Soviética" na derrota do "monstro nazi", declarou Netanyahu.
A cerimónia ocorreu antes do Fórum Mundial do Holocausto, que assinala em Jerusalém o 75.º aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Auschwitz, onde participam dezenas de dirigentes mundiais.
A iniciativa foi marcada por disputas sobre narrativas históricas rivais acerca da II Grande Guerra ou Grande Guerra Patriótica para os russos.
O presidente russo, Vladimir Putin, que estava presente na inauguração do memorial -- São Petersburgo é a sua terra natal -, tinha antes participado na "batalha" das narrativas ao alegar que 40% das vítimas judaicas do Holocausto eram soviéticas.
Historiadores consideram que dos seis milhões de judeus assassinados pelos nazis, um milhão eram soviéticos.
Putin lidera uma campanha para minimizar o pacto que a União Soviética fez com os nazis antes do início da Segunda Guerra Mundial e destacar o seu papel na sua derrota.
A União Soviética e a Alemanha de Hitler assinaram em agosto de 1939 o acordo secreto conhecido como Ribbentrop-Molotov, através do qual os dois países repartiam entre si a Polónia.
O presidente da Polónia, em cujo território ocupado pelos nazis foi construído o campo de Auschwitz -- que o Exército Vermelho soviético libertou há 75 anos -, não participa no Fórum Mundial do Holocausto em protesto contra o papel central dado a Putin.
O presidente russo acusou recentemente a Polónia, que também é criticada pelo seu revisionismo, de ter sido cúmplice no início da II Guerra, uma acusação injusta segundo Varsóvia.