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Partido Trabalhista. Candidatos representam diferentes correntes

A corrida à liderança do Partido Trabalhista britânico tem cinco candidatos que representam o jogo de forças interno entre a ala esquerda e o centro, mas também diferentes opiniões sobre as causas da derrota eleitoral em dezembro.

Partido Trabalhista. Candidatos representam diferentes correntes
Notícias ao Minuto

08:28 - 18/01/20 por Lusa

Mundo Reino Unido

Antigo procurador geral, Keir Starmer, de 57 anos e deputado pela circunscrição londrina de Holborn e St Pancras, advoga um regresso ao centrismo associado ao 'New Labour' dos tempos de Tony Blair, mas "sem perder de vista" os valores trabalhistas.

Considerado competente e atento ao detalhe, tem como desvantagem ser identificado com a pressão interna para levar os trabalhistas a defenderem um segundo referendo sobre o Brexit, posição que muitos trabalhistas consideram ter prejudicado o partido nas eleições.

Obteve o apoio do sindicato Unison, o maior do Reino Unido, com 1,3 milhões de membros, e o maior número de assinaturas de deputados e eurodeputados entre os cinco candidatos, o que faz dele o favorito da imprensa britânica e das casas de apostas.

Rebecca Long-Bailey, de 40 anos e deputada pela circunscrição de Salford and Eccles, subúrbios de Manchester, é considerada uma pupila de Jeremy Corbyn e representativa de uma nova geração de militantes de esquerda.

Numa entrevista à BBC, atribuiu a derrota eleitoral a um fracasso da estratégia de campanha e à "falta de uma narrativa coerente" e não a uma rejeição do programa, que propunha a nacionalização de empresas de energia e transportes e muitas promessas de investimento nos serviços públicos.

Sobre o Brexit, lamenta as manobras parlamentares para forçar um novo referendo e reconhece que o partido devia ter-se concentrado em obter "um bom acordo".

Lisa Nandy, também de 40 anos, é considerada uma representante da "esquerda suave" do partido, que se demitiu do governo sombra em divergência com Corbyn e à falta de representantes das várias correntes no núcleo do partido.

A deputada pela circunscrição de Wigan, que recebeu o apoio do Sindicato Nacional dos Mineiros, considera ser necessário reconquistar os eleitores das regiões do norte e centro que votaram no Partido Conservador, afetadas pelo encerramento de indústrias tradicionais e pelas políticas de austeridade.

Sobre o Brexit, fez campanha pela permanência no referendo de 2016, mas opôs-se firmemente a um novo referendo e chegou a votar no novo acordo negociado por Boris Johnson, que depois rejeitou devido às alterações relativas às leis laborais e ambientais.

A deputada pela circunscrição de Birmingham Yardley, Jess Phillips, de 38 anos, destaca-se por ser uma das vozes mais críticas de Corbyn relativamente ao Brexit e à incapacidade de erradicar o antisemitismo no partido, além de ser uma ativista tenaz dos direitos das mulheres.

Protagonista de alguns confrontos acesos com Boris Johnson, Phillips defende que é necessária "mais honestidade na política" e, embora reconheça que tem poucas hipóteses de vencer, pediu o apoio de militantes do 'Labour' que estejam "prontos para tentar algo diferente".

Emily Thornberry, de 59 anos, foi a primeira candidata assumida à sucessão de Corbyn, mas só conseguiu os apoios necessários para passar à segunda fase poucas horas antes do fim do prazo.

Eleita pela circunscrição londrina de Islington South e Finsbury, contígua à de Corbyn, substituiu várias vezes o líder em debates na Câmara dos Comuns, mas foi afastada após contrariar a orientação do partido e tornar pública a defesa a um segundo referendo sobre o Brexit.

Thornberry defende uma liderança com "uma visão estratégica que anteveja e aproveite as falhas de [Boris] Johnson" e elegeu como prioridades as políticas de assistência aos idosos, aos desempregados, o combate à pobreza infantil e o investimento na habitação.

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