Detidos e feridos em confrontos em frente ao Banco Central do Líbano
Mais de 50 pessoas foram detidas e quase 100 ficaram feridas nos confrontos ocorridos na noite de terça-feira em frente ao Banco Central em Beirute, capital do Líbano, entre forças de segurança e manifestantes, anunciaram hoje várias fontes.
© Reuters
Mundo Líbano
Em comunicado, as forças de segurança libanesas indicaram que 59 pessoas foram detidas, após os confrontos registados no emblemático bairro de Hamra em Beirute, onde se situa o Banco Central do Líbano, e que 47 membros de segurança sofreram ferimentos, sem adiantar mais detalhes.
A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) disse em comunicado que o número de detidos aumentou para 65, embora a maioria das pessoas levadas para a esquadra tenha sido libertada horas depois.
Por seu turno, a Defesa Civil libanesa referiu que pelo menos 25 pessoas foram levadas para um hospital da zona, enquanto 20 foram tratadas nas ruas de Hamra.
A tensão voltou na terça-feira às ruas do Líbano ao longo do dia e à noite registaram-se confrontos entre manifestantes e forças de segurança, que dispararam gás lacrimogéneo depois dos participantes da marcha atirarem pedras e arremessarem tochas.
Os manifestantes marcharam na terça-feira pelo bairro de Hamra e partiram vitrinas de bancos, assim como caixas automáticas, segundo a HRW e os meios de comunicação social que transmitiram em direto os incidentes.
Este incidente coincide com a publicação do relatório anual da HRW, que direciona um dos seus artigos para o Líbano, onde começaram as manifestações antigovernamentais em 17 de outubro.
"As autoridades do Líbano não estão a abordar uma crise económica e política de grande dimensão que está a colocar em perigo o acesso dos cidadãos a serviços vitais, incluindo assistência médica (...). As forças de segurança às vezes não conseguem proteger os manifestantes de ataques violentos", aponta o relatório.
O Líbano vive uma das piores crises económicas há décadas e os bancos são um dos alvos dos protestos que também exigem a abolição do sigilo bancário num dos países mais endividados do mundo.
Após os incidentes na noite de terça-feira, o coordenador da ONU no Líbano, Jan Kubis, escreveu hoje na sua conta da rede social Twitter que os "responsáveis" pela crise observam como a economia "entra em colapso" no país.
"Outro dia de confusão pela formação de um Governo, no meio de protestos cada vez mais furiosos e a economia em queda livre. Políticos, não culpem as pessoas, culpem-se a vós mesmos por este caos perigoso", afirmou Kubis.
Por outro lado, o primeiro-ministro demissionário Saad Hariri disse na sua conta do Twitter que este ataque é "inaceitável" e acrescentou que não quer atribuí-lo à "revolução das pessoas e à sua raiva contra os bancos".
Hariri demitiu-se apenas 12 dias após o início dos protestos no Líbano, a 17 de outubro.
Além da crise económica, o primeiro-ministro designado, Hasan Diab, não consegue formar um Governo, que deveria estar pronto na semana passada, indicou na terça-feira o Presidente libanês, Michel Aoun.
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