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Justiça egípcia ordena investigação sobre a morte de americano na prisão

A Procurador-Geral do Egito ordenou hoje a realização de uma autópsia no corpo do egípcio-norte-americano Moustafa Kassem, que morreu na segunda-feira numa prisão egípcia em greve de fome e após quase sete anos preso.

Justiça egípcia ordena investigação sobre a morte de americano na prisão
Notícias ao Minuto

12:23 - 14/01/20 por Lusa

Mundo Egito

"O Procurador-Geral ordenou hoje a realização de uma autópsia ao condenado Moustafa Kassem para conhecer as causas da morte (...)", anunciou o Ministério Público num comunicado que a agência de notícias EFE teve acesso.

Segundo a nota, Kassem, de 54 anos e preso no Egito desde 2013, morreu na noite de segunda-feira depois de ter sido transferido do hospital da prisão de Tora, nos arredores do Cairo, para o centro médico de Qasr al-Aini para tratamento.

O Procurador-Geral, Hamada al Sawy, também solicitou o registo médico do falecido e pediu que o pessoal de saúde de ambos os centros hospitalares fossem interrogados.

David Schenker, assistente do secretário de Estado dos EUA para o Médio Oriente, confirmou aos jornalistas na segunda-feira a morte de Kassem.

"A sua morte sob custódia foi desnecessária, trágica e evitável. Continuarei a levantar as nossas sérias preocupações sobre os direitos humanos e os norte-americanos detidos no Egito a cada oportunidade", disse Schenker, segundo um comunicado do Departamento de Estado.

Em 2018, Kasem iniciou uma greve de fome parcial para protestar contra a sua prisão, mas na quinta-feira decidiu parar de ingerir líquidos, tendo sido então transferido para o hospital de Qasr al-Aini, na capital egípcia, onde morreu quatro dias depois, disseram hoje duas organizações não-governamentais numa declaração conjunta.

Segundo a Pretrial Rights International e a The Freedom Initiative, a causa da morte terá sido uma paragem cardíaca, já que o norte-americano era diabético e sofria de problemas cardíacos.

As autoridades "limitam o acesso aos medicamentos e tratamentos necessários durante toda a prisão", denunciam as ONG num comunicado.

Kasem imigrou para os Estados Unidos, onde obteve nacionalidade, e trabalhava como vendedor de peças automóveis.

Em 2013, viajou ao Egito para visitar a sua família e foi preso na praça de Rabaa, no Cairo, a 14 de agosto, quando milhares de pessoas se reuniram por mais de um mês para protestar contra a queda do Presidente Mohamed Morsi num golpe em 03 de julho de 2013.

Segundo as ONG, Kassem foi preso quando saía de um centro comercial e, ao ser interpelado pela polícia, mostrou o seu passaporte norte-americano.

A 08 de setembro de 2018, Kassem foi condenado pelo massacre da praça de Rabaa juntamente com outras 700 pessoas e condenado a 15 anos de prisão, de acordo com uma lei anti-protesto que "viola todos os padrões de um processo justo", denunciaram as organizações de direitos humanos na declaração.

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