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Teerão rejeita tese de Kiev que relaciona ataque ao desastre do Boeing

As autoridades iranianas rejeitaram hoje a tese de que o desastre do Boeing 737 da Ukraine International Airline, ocorrido na quarta-feira no Irão, esteja relacionado com um eventual ataque com mísseis, afirmando que essa teoria "não faz sentido".

Teerão rejeita tese de Kiev que relaciona ataque ao desastre do Boeing
Notícias ao Minuto

17:33 - 09/01/20 por Lusa

Mundo Teerão

"Vários voos domésticos e internacionais voam ao mesmo tempo no espaço aéreo iraniano à mesma altitude de 8.000 pés, e essa história de ataque com mísseis (...) não podia estar mais incorreta", indicou o Ministério dos Transportes iraniano, num comunicado.

"Esses rumores não fazem qualquer sentido", prosseguiu a nota informativa, que cita o presidente da Organização de Aviação Civil iraniana (CAO) e vice-ministro dos Transportes, Ali Abedzadeh.

O representante iraniano reagia desta forma às informações que estão a circular nas redes sociais e em alguns 'media' norte-americanos de que o Boeing 737 da companhia aérea privada ucraniana Ukraine International Airlines (UIA, na sigla em inglês) teria sido atingido por um míssil disparado pela Guarda Revolucionária do Irão.

A propósito das caixas negras do aparelho, encontradas no mesmo dia do desastre (quarta-feira), Ali Abedzadeh declarou que "o Irão e a Ucrânia têm os meios para descarregar as informações" que os aparelhos contêm.

"Mas, caso sejam necessárias medidas mais especializadas para extrair e analisar as informações, podemos fazê-lo em França ou em outros países", afirmou o representante iraniano, num momento em que foram divulgadas informações que dão conta de que Teerão está a recusar o acesso às caixas negras do avião ao fabricante norte-americano Boeing.

Sem desmentir explicitamente tais informações, o comunicado do ministério rejeitou "os rumores sobre a resistência do Irão em dar as caixas negras (...) aos Estados Unidos".

O aparelho Boeing 737 da companhia aérea privada ucraniana UIA descolou quarta-feira de manhã da capital iraniana, Teerão, em direção à capital da Ucrânia, Kiev.

O avião despenhou-se dois minutos depois da descolagem, matando as 176 pessoas (passageiros e tripulantes) que estavam a bordo, a maioria de nacionalidade iraniana e canadiana.

As autoridades ucranianas, que enviaram para Teerão uma equipa de 45 investigadores para participar no inquérito em curso, avançaram hoje que estão a investigar pelo menos sete possíveis causas do desastre, incluindo um eventual ataque com mísseis.

"Estamos a avaliar de forma minuciosa todas as teses, que são sete", indicou hoje, em declarações à agência France-Presse (AFP), o secretário do Conselho ucraniano de Segurança e de Defesa Nacional, Sergei Danylov.

Por enquanto, "nenhuma é prioritária", precisou o mesmo representante ucraniano.

Entre as possíveis teses que estão a ser exploradas pelas autoridades da Ucrânia está um possível disparo de um míssil antiaéreo contra o Boeing 737, a explosão de uma bomba a bordo do aparelho, a colisão do avião de passageiros com um 'drone' (aparelho aéreo não-tripulado) ou a deflagração de um incêndio no motor "por razões técnicas".

Segundo os primeiros elementos do inquérito da CAO, o voo da UIA despenhou-se após um "problema" e um incêndio a bordo.

O Boeing 737 despenhou-se algumas horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional anti-'jihadista' liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de retaliação pela morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque em Bagdad ordenado por Washington na sexta-feira passada.

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