Cada tailandês usa por dia pelo menos oito embalagens plásticas descartáveis, passando pelo saco do supermercado, o copo de café, até às embalagens de comida para viagem, que acabam em esgotos e aterros sanitários.
Esse uso intensivo de plástico faz deste país do Sudeste Asiático o sexto maior do mundo na poluição oceânica.
No verão passado, a morte de um dugongo bebé - um animal marinho ameaçado de extinção - chegou aos meios de comunicação e começou a fazer os tailandeses refletirem sobre o seu modo de consumo.
Lixo plástico foi encontrado no estômago do dugongo bebé.
Dezenas de marcas, incluindo as lojas de conveniência 7-Eleven e os principais gestores de centros comerciais como o Central Group e o Mall Group, abriram a década com o compromisso de parar de fornecer sacos plásticos gratuitos aos clientes.
Em vez disso, estes comércios estão a oferecer sacos de pano reutilizáveis por alguns centavos.
Para a organização do Greenpeace, este é um bom começo, mas isso não resolve a questão da gestão dos resíduos.
"Proibir sacos plásticos não é suficiente para resolver a crise do plástico no país", declarou hoje Pichmol Rugrod, do Greenpeace Tailândia.
"O que é necessário é por um fim à cultura dos descartáveis", disse a responsável à agência de notícias AFP.
Além disso, os sacos de tecido não são completamente inofensivos ao meio ambiente, porque os microplásticos também estão presentes em sua fabricação para torná-los mais sólidos.
"Esses microplásticos criam outro problema: quando você os joga fora, os produtos químicos que eles contêm acabam sendo depositados no solo", acrescentou.
O Governo tailandês comprometeu-se a proibir completamente o uso de sacos descartáveis até 2022.
Os canais de televisão tailandeses começaram a "censurar" os sacos plásticos nos ecrãs, desfocando as imagens destes produtos, como acontece com imagens de nudez, cigarro, álcool ou cenas violentas.