Israel bombardeia entrada do quartel-general do exército sírio em Damasco

Israel atacou hoje a entrada do quartel-general do exército sírio em Damasco, após a ameaça do governo de Telavive de intensificar os ataques para proteger os drusos, uma minoria no sul da Síria, provocando dois feridos.

Síria, Damasco, ataque de Israel,

© EYAD BABA/AFP via Getty Images

Lusa
16/07/2025 12:46 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Há pouco tempo, o exército atacou a entrada do quartel-general militar do regime sírio na região de Damasco, na Síria", afirmaram as Forças de Defesa de Israel (FDI) num comunicado.

 

A televisão estatal síria, por sua vez, informou que duas pessoas ficaram feridas no centro de Damasco, no ataque, o primeiro na capital desde o início dos fortes confrontos entre o exército e fações drusas no sul do país.

"Dois civis ficaram feridos devido a um ataque da ocupação israelita no centro da capital, Damasco", informou a televisão estatal síria, Al-Ijbariya, sem fornecer pormenores sobre o objetivo da ação nem esclarecer se esta teria causado danos materiais nas instalações militares.

De acordo com um comunicado do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), após a ação, registou-se uma forte mobilização de tropas nas imediações do quartel da capital, onde também teriam sido ouvidos tiros.

O exército israelita confirmou que a ação atingiu a entrada do quartel-general das forças sírias, que já atacou várias vezes nos últimos dois dias no âmbito dos confrontos que ocorrem no sul da Síria entre estas e fações da minoria religiosa drusa.

Na sequência da ameaça israelita, o exército israelita anunciou que vai reforçar as suas tropas na fronteira com a Síria, após Telavive ameaçar intensificar os ataques se as forças sírias não se retirarem do sul do país.

O exército israelita afirmou ainda ter identificado "dezenas de suspeitos" a tentar atravessar a fronteira a partir da Síria.

Em Damasco, a agência noticiosa oficial síria Sana relatou hoje um novo ataque israelita, pelo segundo dia consecutivo, à cidade de maioria drusa de Sweida (sul), onde as forças governamentais se posicionaram na véspera, apesar das advertências de Israel.

"Os 'drones' da aviação da ocupação israelita visam a cidade de Sweida", referiu a Sana. 

Pelo menos 248 pessoas morreram nos confrontos ocorridos entre as forças governamentais, beduínos e drusos na cidade de Sweida desde domingo, segundo um novo balanço divulgado hoje pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo o OSDH, foram mortos 64 combatentes drusos e 28 civis drusos, "21 destes executados sumariamente" por membros das forças governamentais.

Além disso, 138 membros das forças de segurança e 18 combatentes beduínos que entraram em Sweida foram mortos, segundo a organização não-governamental (ONG).

Segundo um levantamento anterior do OSDH, realizado na terça-feira, 203 pessoas já haviam morrido nestes confrontos no sul da Síria.

A ONG afirmou que, hoje de manhã, foram relatados bombardeamentos intermitentes. Dois jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP) na cidade ouviram tiros, enquanto se observava fumo a subir de alguns bairros.

As forças do Governo sírio e os seus aliados foram enviados na terça-feira para a cidade, anteriormente controlada por combatentes drusos locais. A ONG, testemunhas e grupos drusos acusaram as forças de segurança de inúmeros abusos.

As tensões entre as comunidades drusa e beduína são de longa data e a violência entre os dois grupos tem lugar esporadicamente.

Após a queda do Presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro, surgiram preocupações quanto ao destino das minorias étnicas no país sob o novo Governo de transição sírio, liderado Presidente interino, Ahmad al-Shareh, um antigo líder rebelde islamita.

Leia Também: Grupo jihadista (pouco conhecido) reivindica atentado a igreja em Damasco

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