"Há pouco tempo, o exército atacou a entrada do quartel-general militar do regime sírio na região de Damasco, na Síria", afirmaram as Forças de Defesa de Israel (FDI) num comunicado.
A televisão estatal síria, por sua vez, informou que duas pessoas ficaram feridas no centro de Damasco, no ataque, o primeiro na capital desde o início dos fortes confrontos entre o exército e fações drusas no sul do país.
"Dois civis ficaram feridos devido a um ataque da ocupação israelita no centro da capital, Damasco", informou a televisão estatal síria, Al-Ijbariya, sem fornecer pormenores sobre o objetivo da ação nem esclarecer se esta teria causado danos materiais nas instalações militares.
De acordo com um comunicado do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), após a ação, registou-se uma forte mobilização de tropas nas imediações do quartel da capital, onde também teriam sido ouvidos tiros.
O exército israelita confirmou que a ação atingiu a entrada do quartel-general das forças sírias, que já atacou várias vezes nos últimos dois dias no âmbito dos confrontos que ocorrem no sul da Síria entre estas e fações da minoria religiosa drusa.
Na sequência da ameaça israelita, o exército israelita anunciou que vai reforçar as suas tropas na fronteira com a Síria, após Telavive ameaçar intensificar os ataques se as forças sírias não se retirarem do sul do país.
O exército israelita afirmou ainda ter identificado "dezenas de suspeitos" a tentar atravessar a fronteira a partir da Síria.
Em Damasco, a agência noticiosa oficial síria Sana relatou hoje um novo ataque israelita, pelo segundo dia consecutivo, à cidade de maioria drusa de Sweida (sul), onde as forças governamentais se posicionaram na véspera, apesar das advertências de Israel.
"Os 'drones' da aviação da ocupação israelita visam a cidade de Sweida", referiu a Sana.
Pelo menos 248 pessoas morreram nos confrontos ocorridos entre as forças governamentais, beduínos e drusos na cidade de Sweida desde domingo, segundo um novo balanço divulgado hoje pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Segundo o OSDH, foram mortos 64 combatentes drusos e 28 civis drusos, "21 destes executados sumariamente" por membros das forças governamentais.
Além disso, 138 membros das forças de segurança e 18 combatentes beduínos que entraram em Sweida foram mortos, segundo a organização não-governamental (ONG).
Segundo um levantamento anterior do OSDH, realizado na terça-feira, 203 pessoas já haviam morrido nestes confrontos no sul da Síria.
A ONG afirmou que, hoje de manhã, foram relatados bombardeamentos intermitentes. Dois jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP) na cidade ouviram tiros, enquanto se observava fumo a subir de alguns bairros.
As forças do Governo sírio e os seus aliados foram enviados na terça-feira para a cidade, anteriormente controlada por combatentes drusos locais. A ONG, testemunhas e grupos drusos acusaram as forças de segurança de inúmeros abusos.
As tensões entre as comunidades drusa e beduína são de longa data e a violência entre os dois grupos tem lugar esporadicamente.
Após a queda do Presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro, surgiram preocupações quanto ao destino das minorias étnicas no país sob o novo Governo de transição sírio, liderado Presidente interino, Ahmad al-Shareh, um antigo líder rebelde islamita.
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