"O ocupante ainda não forneceu nenhum mapa novo ou revisto sobre a retirada militar da Faixa de Gaza. O que o Estado ocupante alega sobre a apresentação destes novos mapas é falso", disse Bassem Naim, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, depois de os meios de comunicação social israelitas, incluindo a emissora pública Kan, terem noticiado progressos na retirada do Exército israelita da Faixa de Gaza.
Estas declarações surgem enquanto prosseguem negociações indiretas entre Israel e o Hamas, em Doha (Qatar).
A proposta em cima da mesa das negociações apela a uma trégua de 60 dias, após a qual as fações beligerantes devem negociar uma transição para um cessar-fogo permanente.
Na terça-feira, as autoridades do Qatar indicaram que as negociações entre as delegações de Israel e do Hamas para um novo cessar-fogo na Faixa de Gaza estavam "numa fase inicial".
"Há esforços constantes em curso para chegar a um acordo", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mayed al-Ansari.
"Há uma comunicação intensa entre o Qatar e os Estados Unidos [outro dos mediadores internacionais do processo]", acrescentou na terça-feira Al-Ansari durante uma conferência de imprensa para informar sobre o ponto de situação das conversações sobre o potencial cessar-fogo no enclave palestiniano.
O porta-voz da diplomacia do Qatar referiu na mesma ocasião que as reuniões entre as partes em conflito em Gaza estão a ser realizadas separadamente para tentar chegar a um acordo-quadro, insistindo que "nenhum mediador pode fixar um calendário para as negociações, seja sobre Gaza ou sobre qualquer outro assunto".
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 58 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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