O Governo da Sérvia suspendeu o diálogo com o Kosovo enquanto não for libertado o vice-diretor do organismo sérvio para o Kosovo, detido na semana passada pelas autoridades kosovares por alegado incitamento ao ódio.
Igor Popovic classificou como organização terrorista o desmantelado Exército de Libertação do Kosovo (UCK), que combateu as autoridades sérvias nos anos 90.
Depois de detido, foi condenado a 30 dias de prisão preventiva por um tribunal de Pristina.
"Ele disse a verdade e todos nós a repetiremos até que sejam encontrados os responsáveis pelo sequestro, prisão e assassínio de sérvios em 1998 e 1999", afirmou o diretor do Gabinete para o Kosovo sérvio, Petar Petkovic.
Petkovic indicou que o mediador europeu para o diálogo Sérvia/Kosovo, o dinamarquês Peter Sorensen, e outros representantes internacionais foram informados sobre a suspensão de relações.
A polícia kosovar acusou Popovic do delito de "incitamento à discórdia e intolerância" por ter dito num discurso que o UCK era criminoso e terrorista.
Numa intervenção na localidade de maioria sérvia de Orahovica sobre as vítimas sérvias da guerra do Kosovo, acusou o UCK de crimes contra a população, comparando a situação com a guerra de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
A Sérvia acusa o Kosovo de manter presas 46 pessoas a mando do primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, "só por terem nomes e apelidos sérvios".
A antiga província sérvia habitada por uma maioria albanesa declarou em 2008 independência, o que Belgrado nunca reconheceu.
A União Europeia impõe a normalização das relações como condição para ambos poderem vir a aderir ao bloco comunitário.
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