Fogo de artifício na passagem de ano na Austrália está a gerar polémica
O país está a ser devastado por incêndios florestais e está a circular uma petição que pede para o icónico espetáculo de fogo de artifício de Sydney ser cancelado. O primeiro-ministro australiano diz que vai haver fogo de artifício, mas o comissário dos bombeiros responde que a decisão é sua.
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Os incêndios florestais na Austrália prosseguem e as temperaturas no sul do país devem subir para níveis extremos acompanhadas por ventos fortes, o que agrava ainda mais as condições para os fogos. No entanto, com a passagem de ano a aproximar-se, decorre nesta altura um intenso debate na Austrália relativamente aos espetáculos de fogo de artifício, nomeadamente o de Sydney, um dos mais icónicos do mundo.
A Sky News adianta que centenas de milhares de pessoas já assinaram uma petição que apela ao cancelamento do espetáculo pirotécnico em Sydney e que pede a todos os estados australianos para “dizerem não” ao fogo de artifício.
Ao invés, a petição sugere que o dinheiro desses espetáculos típicos para celebrar a passagem de ano sejam canalizados para os bombeiros, para os agricultores que têm sido afetados pelos incêndios e para as associações e organizações que acolhem e cuidam de animais.
No ano passado, o espetáculo de fogo de artifício em Sydney custou cerca de 5,6 milhões de dólares australianos (3,4 milhões de euros).
Mas Scott Morrison, o primeiro-ministro australiano que tem sido criticado pela sua reação e postura face aos incêndios que assolam o país (tem recusado falar no impacto das alterações climáticas e no início de dezembro foi de férias com a nação em chamas), garantiu que o fogo de artifício em Sydney vai mesmo avançar.
“Na véspera do Ano Novo, o mundo olha para Sydney. Todos os anos. Olham para a forma como vibramos, para a nossa paixão, para o nosso sucesso. E por isso, no meio dos desafios que enfrentamos, sujeitos a considerações de segurança, não consigo pensar numa melhor altura para expressarmos ao mundo o quão otimistas e positivos somos como país”, frisou Morrison.
Face a estas declarações do primeiro-ministro não demorou a resposta do comissário dos bombeiros de New South Wales, o estado que mais tem sofrido com os incêndios – oito pessoas mortas e mil casas destruídas – e do qual Sydney é a capital.
“Se considerar que é demasiado arriscado, isso não me preocupa”, afirmou Shane Fitzsimmons sobre o espetáculo de fogo de artifício em Sydney. “As organizações de espetáculos pirotécnicos e as autoridades locais estão habituadas a colaborar connosco sobre exceções no período de verão, quer seja Natal, Ano Novo ou outro evento. Eles conhecem os procedimentos e nós vamos trabalhar para garantir que o risco é abordado de forma apropriada e, se for necessário, não vamos permitir que avancem”.
Desde setembro, já arderam mais de quatro milhões de hectares em cinco estados da Austrália.
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