Milhares manifestam-se no Líbano contra primeiro-ministro designado
Milhares de pessoas manifestaram-se hoje no Líbano contra o primeiro-ministro recém designado, exigindo que seja afastado do cargo.
© Reuters
Mundo Líbano
Os manifestantes encerraram várias estradas e autoestradas na zona de Beirute, a capital, e noutras partes do país, em protesto contra a nomeação de Hassan Diab, apoiado pelos movimentos xiitas e rejeitado pelos principais grupos sunitas.
Segundo o sistema de divisão de poder no Líbano, o primeiro-ministro tem de ser um sunita.
Na capital libanesa, os manifestantes concentraram-se na Praça dos Mártires, um dos locais centrais dos protestos que se sucedem há mais de dois meses contra a elite governante.
Em seguida, os manifestantes desfilaram até ao Parlamento, vigiado por agentes antimotim, mas desta vez, e ao contrário de anteriores protestos, sem registo de incidentes violentos, segundo relata a agência AP.
Hassan Diab foi nomeado na quinta-feira pelo presidente libanês, Michel Aoun, após quase dois meses de hesitações.
Professor universitário e ex-ministro da Educação (2011-2014), Hassan Diab, de 60 anos, conseguiu o apoio de 69 deputados (do bloco dos movimentos xiitas Amal e Hezbollah e de eleitos ligados a Aun), entre os 128 que compõem o Parlamento.
O primeiro-ministro designado, professor universitário e ex-ministro da Educação, terá a difícil tarefa de ultrapassar a pior crise económica e financeira desde a guerra civil, num país à beira da falência.
Hassan Diab foi nomeado após a renúncia do primeiro-ministro Saad Hariri, a 29 de outubro, e já prometeu constituir um governo de independentes e especialistas.
À beira do colapso económico, o Líbano é palco, desde 17 de outubro, de uma revolta popular inédita contra a classe dominante, acusada de corrupção e incompetência, e corre agora o risco da violência sectária.
Globalmente pacífico, o movimento de contestação tem sido marcado por confrontos violentos entre manifestantes antigovernamentais e forças de segurança e entre estas e partidários dos movimentos xiitas Hezbollah e Amal, que atacaram os contestatários.
Cerca de um terço dos libaneses vive abaixo do limiar de pobreza e o desemprego, que atinge mais de 30 por cento da população jovem, tem aumentado.
A precária situação económica e financeira do Líbano degradou-se nas últimas semanas, com crescentes restrições bancárias, uma falta de liquidez e receios de uma desvalorização da moeda, a libra libanesa, indexada ao dólar desde 1997.
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