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Enviado dos EUA para o Afeganistão de novo em Cabul para negociações

O enviado especial norte-americano que chefia as negociações com os talibãs encontrou-se hoje em Cabul com o Presidente afegão, anunciou o porta-voz do chefe de Estado num momento em que Washington tentar alcançar um acordo com os insurgentes.

Enviado dos EUA para o Afeganistão de novo em Cabul para negociações
Notícias ao Minuto

14:38 - 18/12/19 por Lusa

Mundo Cabul

O representante especial dos Estados Unidos para a reconciliação no Afeganistão, Zalmay Khalilzad, e Ashraf Ghani abordaram designadamente a necessidade de um cessar-fogo, referiu em mensagem na rede social Twitter o porta-voz presidencial Sediq Seddiqi.

"O Presidente também manifestou preocupação pela persistência da violência dos talibãs" e "reafirmou que o governo e o povo afegão pretendem uma paz duradoura", acrescentou Seddiqi.

Zalmay Khalilzad passou mais de um ano a tentar obter um acordo com os talibãs, que implicaria a retirada do Afeganistão em troca de garantias securitárias fornecidas pela rebelião armada.

Apesar de os Estados Unidos manterem Ashraf Ghani informado sobre a evolução das negociações, o dirigente afegão tem-se regularmente queixado por ser mantido à margem do processo, e quando os talibãs continuam a recusar dialogar com o seu governo que consideram uma "marioneta" de Washington.

Os Estados Unidos e os talibãs pareciam próximos de um acordo no início de setembro. No entanto, o Presidente dos EUA Donald Trump rompeu as negociações após mais um atentado em Cabul, reivindicado pelos insurgentes, e que provocou 12 mortos, incluindo um soldado norte-americano.

As discussões foram retomadas em 07 de dezembro num contexto de redução da violência na capital. Mas foram de novo suspensas após um ataque dos talibãs contra a base aérea de Bagram, a norte de Cabul.

No entanto, as negociações parecem ter sido retomadas esta semana em Doha, onde as duas partes já se encontraram por diversas vezes no último ano.

Estes recentes desenvolvimentos coincidem com a divulgação de milhares de documentos, analisados e publicados pelo diário Washington Post em 09 de dezembro, que revelam as mentiras dos sucessivos governos norte-americanos sobre o desenrolar do conflito, expondo os segredos e fracassos da guerra no Afeganistão.

Estas informações confidenciais, designadas "Afghanistan Papers" (Papéis do Afeganistão) confirmam as interrogações colocadas nos últimos anos sobre os motivos do envolvimento dos EUA no país asiático e demonstram que a promessa do ex-Presidente George W. Bush, em outubro de 2001, de extrair lições da guerra do Vietname não foi mantida.

Após 18 anos de guerra, 775.000 soldados norte-americanos envolvidos, 2.300 mortos, 20.500 feridos, dezenas de milhares de vítimas do lado afegão, centenas de milhares de dólares disponibilizados, os documentos admitem tratar-se de uma guerra "que não pode ser ganha", com objetivos sucessivamente alterados e resultados duvidosos, conduzida por três Presidentes: George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump.

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