É preciso "resposta mais forte" para combater o terrorismo no Sahel
A União Europeia defendeu hoje que é preciso "uma resposta mais forte" para combater o terrorismo, num comunicado em que lamenta a morte de cerca de 100 pessoas num atentado no Níger, na quarta-feira.
© Reuters
Mundo Josep Borrell
"É necessária uma resposta mais forte, colectiva e sustentada para erradicar as causas profundas do terrorismo e da instabilidade", escreveu o alto representante dos Assuntos Externos e Política de Segurança da União Europeia.
Num comunicado distribuído hoje em Bruxelas, Josep Borrell lamentou o atentado de quarta-feira, em Inates, no Níger, que vitimou cerca de 100 pessoas, 70 delas soldados, considerando que o ataque é "mais uma dolorosa chamada de atenção para a contínua deterioração da situação de segurança no Sahel".
Os ataques ocorreram perto de Inates, a cerca de 100 quilómetros da capital nigerina, Niamey, e os responsáveis terão chegado ao país vindos do Mali.
Numa violenta ofensiva, os atacantes acabaram por destruir o acampamento militar, tentando levar várias armas.
Este é o segundo ataque na região ocidental do Níger em três dias, contrariando a tendência que até aqui se verificava e em que os principais ataques se concentravam no sudeste nigerino, em particular na região de Diffa, junto à fronteira com a Nigéria.
"Neste momento difícil, a União Europeia reitera a sua determinação em apoiar os esforços do Níger para garantir a segurança dos seus cidadãos, a reafetação do Estado em zonas frágeis e o desenvolvimento do país", escreveu o chefe da diplomacia europeia.
"Os que nos procuram enfraquecer não vencerão", concluiu Josep Borrell.
O ataque de quarta-feira motivou também o adiamento do encontro que o Presidente da França tinha marcado com os homólogos de cinco países do Sahel, prevista para a próxima segunda-feira.
Emmanuel Macron e o homólogo do Níger, Mahamadou Issoufou, concordaram "em propor aos seus homólogos que adiem para o início de 2020 a realização da cimeira em França dedicada à Operação Barkhane e à força conjunta do G5 Sahel", indicou.
"Infelizmente, o seguinte balanço é deplorável: 71 soldados mortos, 12 feridos, pessoas desaparecidas e um número significativo de terroristas neutralizados", é referido num comunicado do Ministério da Defesa lido na televisão.
"O combate", que durou três horas, foi "de uma rara violência que juntou fogo de artilharia e bombistas suicidas", acrescentou o Ministério.
No passado dia 04, após a cimeira da NATO, o Presidente francês convidara para Pau (sudoeste da França) os homólogos de cinco países do Sahel para exigir um apoio mais claro face ao crescente sentimento antifrancês.
"Devemos a muito curto prazo voltar a clarificar o âmbito e as condições políticas da nossa intervenção no Sahel com os cinco Estados-membros do G5 Sahel [Mali, Burkina Faso, Níger, Chade e Mauritânia]", disse então Macron.
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