Ex-pastor da IURD preso na Costa do Marfim regressa a São Tomé
O ex-pastor são-tomense da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que se encontrava preso na Costa do Marfim, regressou hoje a São Tomé, tendo declarado a jornalistas que o objetivo da sua prisão era exterminá-lo.
© Global Imagens
Mundo IURD
"A cadeia onde eu estava era impossível viver, o objetivo era exterminar-me", disse Uidumilo Veloso que agradeceu a um "ex-pastor" da Igreja Universal, cujo nome não mencionou: "Posso dizer que foi ele que me fez estar hoje vivo", afirmou.
Uidumilo Veloso regressou ao seu país acompanhado da embaixadora de São Tomé e Príncipe em Libreville, Elisa Correia, teve direito a sala de Vip do aeroporto e sublinhou não estar ainda "em condições físicas e psicológicas para falar" aos jornalistas aos quais prometeu vir a "contar muita coisa".
"Estou ainda traumatizado, mas tenho muita coisa para contar", disse, agradecendo ao governo são-tomense pela sua libertação e a onda de solidariedade com a sua causa.
"A minha situação parecia um caso impossível, por isso agradeço ao governo são-tomense, agradeço a solidariedade do povo e outras pessoas que no mundo inteiro se solidarizaram com a minha causa", explicou.
"Eu posso dizer que, se há alguém que não fez nada para o meu caso, sou eu mesmo", acrescentou Uidumilo Veloso que também agradeceu à Cruz Vermelha são-tomense cuja congénere costa marfinense enviou um missão para o visitar na cadeia, depois de "um contacto que a [sua] família fez aqui [São Tomé]".
Uidumilo Veloso encontra-se há cerca de 14 anos ao serviço da IURD na Costa do Marfim.
Em 20 de setembro foi preso e condenado a 12 meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 500 mil Francos CFA (cerca de 760 euros), depois de uma queixa feita pela própria congregação religiosa, que o acusou de injúria e difamação através de um perfil falso criado na rede social Facebock. A sua mulher, grávida, foi na altura deportada para São Tomé.
A prisão, na Costa do Marfim, do ex-pastor da IURD provocou uma onda de protesto em São Tomé, tendo manifestantes vandalizado várias igrejas desta congregação.
Um adolescente de 14 anos de idade morreu, em outubro, devido a uma bala disparada por um agente da polícia, durante uma tentativa de assalto à catedral da IURD na capital do país.
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