Gabão e UE retomam diálogo político interrompido há dois anos
O Gabão e a União Europeia (UE) retomaram o diálogo político esta semana, interrompido há dois anos após as críticas feitas por Bruxelas sobre a gestão da crise pós-eleitoral em 2016, segundo um comunicado do Governo gabonês.
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Mundo União Europeia
"Suspenso a 17 de setembro de 2017, o diálogo entre o Governo e a UE foi retomado em Libreville", anunciou esta semana o executivo num comunicado no seu sítio na 'internet'.
As conversações recomeçaram na segunda-feira, na capital, quando a chefe da delegação da UE no Gabão, a diplomata portuguesa Rosário Bento Pais, se encontrou com o primeiro-ministro, Julien Nkoque Bekale.
"A diplomata europeia assumiu o compromisso de iniciar um diálogo franco que abordará a questão dos direitos humanos, as liberdades fundamentais, a governação democrática e finalmente, as eleições", segundo o comunicado.
As relações políticas foram interrompidas pelo Gabão após a resolução do Parlamento Europeu que questionou a legitimidade da eleição do atual Presidente, Ali Bongo Ondimba.
Os eurodeputados consideraram que a reeleição do Presidente não tinha sido "transparente" e que punha "em causa a legitimidade" do vencedor.
Em dezembro de 2016, uma Missão de Observação Eleitoral da UE reafirmou a acusação dos eurodeputados ao apresentar as mesmas conclusões.
O anúncio da reeleição de Ali Bongo, a 31 de agosto de 2016, foi recebido por centenas de pessoas com uma onda de manifestações violentas contra o Governo, o incêndio da Assembleia Nacional e ataques das forças de segurança contra a sede do rival do Presidente, Jean Ping.
O Governo gabonês reportou a morte de três pessoas, mas a sociedade civil afirmou ter identificado 30 mortos, acrescentando que várias pessoas ainda procuram os seus familiares desaparecidos.
Em outubro de 2017, Bruxelas solicitou a abertura de um "inquérito independente" sobre a violência pós-eleitoral.
As autoridades gabonesas acusaram, várias vezes, a UE de "ingerência".
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