Líderes dos protestos na Colômbia abandonam diálogo e convocam nova greve

Os representantes das centrais sindicais e dos movimentos sociais que têm liderado os recentes protestos na Colômbia abandonaram hoje o "diálogo social" com o Presidente Ivan Duque e convocaram uma nova greve geral para quarta-feira.

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© Reuters

Lusa
26/11/2019 19:17 ‧ 26/11/2019 por Lusa

Mundo

Crise

A convocação da reunião de hoje foi uma iniciativa do Presidente da Colômbia e pretendia encontrar respostas, através de um "diálogo social", para os protestos contra a política económica e social do Governo que duram há seis dias consecutivos naquele país.

"Amanhã, 27 de novembro, vamos realizar outra greve nacional em todo o país, (...) para exigir que o Governo negoceie o pacote de medidas que indicamos, como as causas que desencadearam este protesto social", afirmou Elias Fonseca, membro do comité executivo da Central Unitária de Trabalhadores (CUT).

As centrais sindicais asseguram que o Governo de Duque está a preparar um pacote de reformas que irá ter um forte impacto económico e social na vida dos trabalhadores, enumerando, entre outras medidas, a eliminação do fundo estatal de pensões, o aumento da idade de reforma e a contratação de jovens trabalhadores a salários baixos.

Os representantes do movimento de contestação, conhecido como Comité Nacional de Greve, abandonaram igualmente a mesa de negociações com o Governo porque querem uma conversa direta e bilateral com Ivan Duque, sem a participação de empresários ou de outros setores da sociedade colombiana.

Elias Fonseca explicou que, a par das reivindicações iniciais, o movimento de contestação acrescentou três novas exigências: medidas relacionadas com o setor da saúde, com a política ambiental e com o desmantelamento do Esquadrão Móvel Anti-Distúrbios da Polícia Nacional (ESMAD).

Esta unidade da polícia esteve envolvida na morte de um adolescente colombiano de 18 anos, identificado como Dilan Cruz, que morreu dois dias depois de ter sido atingido na cabeça por um projétil disparado por um agente do ESMAD durante um protesto.

A notícia da morte do adolescente foi divulgada na segunda-feira.

Segundo o representante da CUT, o Presidente Duque deve pedir "perdão pelo assassínio de Dilan Cruz", porque "o Estado tem responsabilidade nesta situação".

"Dilan estava junto a milhões de colombianos que pediam uma solução para os problemas colocados no pacote de reformas", acrescentou.

O jovem de 18 anos tornou-se na primeira vítima mortal da violência policial naquele país desde que começaram os protestos na passada quinta-feira.

A par de Dilan Cruz, outras três pessoas morreram durante tumultos registados nessa quinta-feira nas cidades de Buenaventura e de Candelaria, na região sudoeste da Colômbia.

 

 

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