Arcebispo anglicano ferido em confrontos em igreja na África do Sul
Um arcebispo anglicano sul-africano está entre os feridos nos confrontos violentos que eclodiram hoje numa igreja na Cidade do Cabo, na África do Sul, anunciaram responsáveis da Igreja e de grupos de defesa dos direitos humanos.
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Mundo África do Sul
Thabo Makhoba, arcebispo da Cidade do Cabo, fazia parte de um grupo de clérigos e líderes de direitos humanos que tentavam dirigir-se a estrangeiros presentes no edifício.
Muitos destes estrangeiros requerem asilo, pedindo uma transferência da África do Sul para um país mais acolhedor para os refugiados, refere a agência France-Presse.
Cerca de 200 pessoas estão a ocupar a igreja de Greenmarket Square, na Cidade do Cabo, após terem sido expulsas pela polícia, há duas semanas, dos escritórios regionais do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
O pastor Alan Storey afirmou que pediu aos estrangeiros para deixarem a igreja que está "completamente sobrelotada" e que não oferece "um ambiente seguro".
Alan Storey diz que, caso haja um incêndio, "as pessoas podem morrer".
A situação na igreja agravou-se quando o microfone chegou às mãos de um membro do clero estrangeiro, não identificado de imediato, que fazia parte de uma delegação que se dirigia à multidão.
Este foi recebido por gritos, até ao momento em que uma mulher subiu ao palco e lhe roubou o microfone.
A mulher fez vários gestos para a multidão, que avançou e começou a esbofetear e a bater no clérigo.
"Um dos líderes veio até ele e derrubou-o, começando uma luta contra ele, e depois os restantes vieram até nós", disse Chris Nissen, funcionário da Comissão de Direitos Humanos da África do Sul, citado pela France-Presse.
De acordo com Storey, "toda a delegação foi atacada".
"Atacar o arcebispo não é apenas criminoso, mas também desrespeitoso e imperdoável", acrescentou Chris Nissen, que também ficou ferido durante a violência.
Os estrangeiros são principalmente oriundos de outros países africanos e dizem ser maltratados e discriminados na África do Sul.
Nas últimas semanas, centenas de estrangeiros estiveram à porta dos escritórios do ACNUR em Pretória.
A África do Sul alberga 268.000 refugiados e requerentes de asilo, de acordo com o Governo.
Entre os principais países de origem encontram-se Somália, Etiópia, Zimbabué e República Democrática do Congo (RDCongo).
O país orgulha-se de ter uma das políticas de asilo mais progressistas do mundo, permitindo que os estrangeiros solicitem o estatuto de refugiado no próprio país e trabalhem durante o processo.
A África do Sul, economia mais industrializada do continente, atrai também migrantes que procuram melhores oportunidades de emprego, o que tem provocado repetidas reações xenófobas violentas.
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