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Sobe número de mortos em protestos contra Presidente da Guiné-Conacri

O número de mortes na sequência de protestos na Guiné-Conacri contra um terceiro mandato do presidente do país, Alpha Condé, aumentou para oito e os feridos por bala para 70, segundo a FNDC, uma organização local da oposição.

Sobe número de mortos em protestos contra Presidente da Guiné-Conacri
Notícias ao Minuto

17:20 - 16/10/19 por Lusa

Mundo Guiné-Conacri

Um médico da guineense indicou, porém, à agência Associated Press que, pelo menos, nove pessoas foram mortas em três dias de protestos contra a intenção do Presidente de prolongar seu tempo no poder.

Segundo o médico Diallo Mamadou Bella, os ferimentos de bala indicam que as pessoas foram baleadas a curta distância. O médico indicou ainda que os hospitais estão sobrecarregados com mais de sete dezenas de pessoas com ferimentos por bala.

Os protestos começaram na passada segunda-feira, dia em que quatro pessoas foram mortas na capital, Conacri, assim como um agente das forças de segurança na cidade de Mamou (centro), na sequência de um apelo aos guineenses para se manifestarem por parte da Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC) - uma plataforma constituída pela sociedade civil, sindicatos e partidos da oposição.

Essas ações continuarão "até que nossas exigências sejam atendidas", declarou a figura mais destacada da oposição guineense, Cellou Dalein Diallo, citada pela agência Efe.

"Apesar da natureza pacífica da manifestação, as forças da ordem" mantiveram a "utilização de armas de fogo" contra os cidadãos na terça-feira e três civis foram mortos em Conacri, acusou hoje a FNDC através de um comunicado.

A plataforma especificou que foram registadas "muitas incursões das forças de segurança nas residências de cidadãos", com agressões "físicas e verbais".

"Houve também um aumento significativo das detenções arbitrárias de manifestantes, assim como de sequestros de membros das estruturas básicas da FNDC", acrescentou.

Durante o fim de semana, uma dúzia de membros da FNDC, incluindo o coordenador da plataforma nacional Abdourahamane Sano, foram presos e, de acordo com a imprensa local, quatro dos líderes do movimento responderam hoje perante a justiça num tribunal de primeira instância em Conacri "por incitamento à revolta".

O jornalista e ativista Abdoulaye Oumou Sow, responsável pelas comunicações digitais da FNDC, e o artista plástico Elie Kamano, cantor altamente crítico do governo guineense foram também detidos.

A 23 de setembro último, Alpha Condé referiu-se à decisão de realizar na Guiné-Conacri um referendo que possibilite uma alteração constitucional por forma a alargar o número de mandatos presidenciais, atualmente de cinco anos, renovável uma vez, e lhe permita candidatar-se ao cargo, cujo mandato expira em dezembro de 2020.

Alpha Condé chegou ao poder em 21 de dezembro de 2010 após vencer a segunda volta das presidênciais contra o ainda principal líder da oposição, Cellou Dalein Diallo, e foi reeleito em outubro de 2015.

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