Curdos revelam ataques do Daesh, que 'jihadistas' já reivindicaram
As Forças Democráticas Sírias (FDS) indicaram hoje que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) lançou uma grande operação contra bases das milícias lideradas por curdos em Raqa (norte), antes dos 'jihadistas' reivindicarem dois ataques contra alvos curdos.
© Reuters
Mundo Raqa
"Ao mesmo tempo que os turcos ameaçam invadir o noroeste da Síria, células adormecidas do EI lançaram uma operação em grande escala contra bases de segurança das FDS dentro de Raqa", escreveu o porta-voz destas forças, Mustafa Bali, na rede social Twitter.
Os 'jihadistas' dizem num comunicado que um dos seus combatentes alcançou "uma posição dos serviços de informações do PKK" (utilizando o nome da guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão para se referirem aos curdos) no centro de Raqa, onde enfrentou "metralhadoras e granadas".
"Após ficar sem munições detonou um colete de explosivos causando mortes e ferimentos a 13 membros" das FDS, acrescenta o EI.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, dois suicidas do EI lançaram um ataque contra uma instalação de segurança das FDS em Raqa, o que originou um confronto que durou 75 minutos e no qual foram utilizadas granadas. Adianta que os dois suicidas detonaram então os seus explosivos sem causar vítimas.
Raqa foi a capital do autodenominado "califado" do EI desde a sua proclamação em 2014 até 2017 quando foi recuperada pelas FDS aos 'jihadistas'.
Mustafa Bali assinala que o ataque do EI não foi uma operação de "disparar e fugir" e questiona: "quem se voluntaria para lutar com eles no caso de conquistarem partes da cidade se agora as FDS estão ocupadas com a fronteira?".
As autoridades semi-autónomas curdas da Síria apelaram hoje "à mobilização geral durante os próximos três dias" e exortaram os habitantes do noroeste da Síria a "resistir" face à ameaça de uma ofensiva da Turquia na região.
A Turquia pretende há vários meses as posições situadas a leste do Eufrates da milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG, principal elemento das FDS), líder do combate aos 'jihadistas' do EI e durante muito tempo apoiada por Washington, mas que Ancara considera um grupo terrorista.
A anunciada retirada de militares norte-americanos daquela área abre o caminho à ofensiva turca, que Ancara apresenta como iminente.
Abdulkarim Omar, que atua como chefe da diplomacia dos curdos sírios, disse na segunda-feira que a retirada das tropas norte-americanas da zona fronteiriça com a Turquia no norte da Síria terá "consequências catastróficas" porque as forças curdo-sírias estarão preocupadas em defender a zona em vez de proteger por exemplo os centros de detenção onde se encontram milhares de 'jihadistas' do EI.
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