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Comissária indigitada por França será ouvida novamente pelo PE

A comissária designada por França, Sylvie Goulard, vai ser ouvida novamente no Parlamento Europeu na quinta-feira de manhã, após as suas respostas escritas não terem sido suficientes para convencer os eurodeputados a darem o aval à sua nomeação.

Comissária indigitada por França será ouvida novamente pelo PE
Notícias ao Minuto

11:20 - 09/10/19 por Lusa

Mundo Bruxelas

"Na sequência de um pedido das comissões parlamentares do Mercado Interno e da Indústria para ouvir novamente a candidata a comissária Sylvie Goulard, o retomar da sua audiência deverá acontecer amanhã, entre as 9h30 e as 11h00 [horas de Bruxelas, menos uma em Lisboa]", escreveu o porta-voz do Parlamento Europeu, Jaume Duch, na sua conta na rede social Twitter.

O pedido para que a audição da comissária indigitada por França seja retomada terá ainda de ser aprovado pela Conferência de Presidentes da assembleia europeia, um pró-forma que deverá acontecer ao final da tarde, segundo fontes parlamentares.

Os coordenadores daquelas comissões parlamentares só receberam as respostas escritas adicionais da indigitada francesa na manhã de terça-feira, tendo mesmo solicitado mais tempo para analisá-las para decidir se davam o aval à sua nomeação ou optavam por retomar a sua audição, cenário que acabou por se confirmar esta manhã.

Os eurodeputados pediram na sexta-feira à candidata francesa à Comissão Europeia que respondesse se aceitaria demitir-se se fosse formalmente acusada no processo de empregos fictícios de assistentes do seu partido, MoDem.

"Responda com 'sim' ou 'não': vai demitir-se da Comissão Europeia caso seja formalmente acusada?", perguntaram num questionário formulado depois de a comissão parlamentar do Mercado Interno, responsável pelo seu parecer, não ter ficado satisfeita com as justificações apresentadas pela liberal francesa na audição que decorreu na quarta-feira passada.

A política francesa esteve, durante a sua audição, sob 'fogo cruzado' dos eurodeputados, que a instaram a explicar o seu envolvimento no caso dos empregos fictícios de assistentes do seu partido, o MoDem, no PE e a sua ligação ao Instituto Berggruen, um 'think tank' financiado por um magnata de Wall Street, enquanto era eurodeputada.

A antiga ministra da Defesa, cargo do qual se demitiu apenas um mês após ter sido nomeada devido ao caso dos empregos fictícios, fracassou na missão de convencer os eurodeputados de que a devolução de 45.000 euros à assembleia europeia, relativos a oito meses de salário de um assistente a quem continuou a pagar já depois de este ter deixado de trabalhar para si e ter passado a colaborar com o MoDem, se deveu a "um problema de gestão de recursos humanos".

Única comissária indigitada sob investigação do Organismo Europeu de Luta Antifraude - decorre em paralelo uma investigação na justiça francesa também referente ao mencionado caso -, Goulard mereceu ainda várias críticas pelo elevado salário (cerca de 13.000) que auferiu enquanto conselheira especial do 'think tank' de Nicolas Berggruen, uma função que exerceu entre 2013 e 2016 a par da sua atividade como deputada europeia.

A liberal francesa pode estar a ser 'vítima' de uma retaliação pelos 'chumbos' do húngaro László Trócsányi (Vizinhança e Alargamento), pertencente ao Partido Popular Europeu, e da socialista romena Rovana Plumb (Transportes) e da sua proximidade com o Presidente francês, Emmanuel Macron, visto pelo PE como o 'culpado' pela morte do 'Spitzenkandidaten', o processo segundo o qual o presidente da Comissão Europeia é escolhido entre os candidatos apresentados pelas principais famílias políticas europeias.

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