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Schinas rejeita conotação negativa atribuída à sua vice-presidência

Margaritis Schinas rejeitou hoje a conotação negativa atribuída ao nome da sua vice-presidência, argumentando que a "Proteção do modo de vida europeu" consiste em promover os valores que tornam a Europa "um ícone de luz" num Mundo "às escuras".

Schinas rejeita conotação negativa atribuída à sua vice-presidência
Notícias ao Minuto

20:45 - 03/10/19 por Lusa

Mundo Parlamento Europeu

Na sua audição diante das comissões parlamentares de Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos e de Cultura e Educação, o comissário indigitado pela Grécia começou por realçar que não encara "de maneira leviana" as dúvidas suscitadas pelo nome da sua pasta, mas rejeitou perentoriamente qualquer conotação racista ou xenófoba na proteção do modo de vida europeu.

"Nunca partilhei a visão de que o título da minha pasta possa ser uma ameaça ou possa consubstanciar-se num nós contra eles. Não é isso que guia o nosso trabalho. A União Europeia é um ícone de luz num Mundo cada vez mais às escuras. Somos diversos, inclusivos, diferentes, especiais. Somos admirados e invejados e penso que é também do nosso interesse usar positivamente estes atributos, tornar a nossa uma sociedade mais resiliente e inclusiva, sem ter o medo de precisarmos de desculpar-nos pelos nossos valores", avaliou.

Perante a insistência dos eurodeputados, Schinas concedeu que, a haver algum "nós contra eles", o eles seriam "aqueles" que não permitiram aos franceses festejar o 14 de Julho (Festa Nacional) em Nice -- referência ao atentado terrorista de 2016 que vitimou 86 pessoas -, e aos espanhóis passear nas Ramblas em Barcelona (13 mortos em agosto de 2017), que "não dão comida a quem tem fome" e "não permitem que os seus filhos vão à escola".

O nomeado grego estimou que se alguns populistas tentam "instrumentalizar" os valores europeus, devem estar cientes que estes são "muito resistentes para ser ameaçados", justificando a sua negativa em mudar o nome da sua pasta com a recusa em "entrar no jogo dos populistas".

"Deveriam ser os populistas a ser ameaçados pelos nossos valores", insistiu aquele que será o responsável pelas migrações, sustentando que não há uma política de animosidade contra aqueles que chegam à União Europeia (UE), nomeadamente contra os requerentes de asilo.

'Mestre' a esquivar perguntas difíceis, uma competência adquirida nos seus quase quatro anos como porta-voz principal da Comissão Europeia liderada por Jean-Claude Juncker, Schinas foi igual a si próprio, repetindo à exaustão as mesmas palavras e escusando-se a conceder que o título escolhido pela presidente eleita para a sua pasta foi um erro.

Escudando-se no discurso feito por Ursula Von der Leyen diante da assembleia europeia antes da sua eleição, no qual a política alemã apresentou "A defesa do modo de vida europeu" como um dos pilares do seu executivo, o candidato grego lembrou que o seu trabalho nos últimos 30 anos foi construir pontes e que é isso que continuará a fazer.

A designação da vice-presidência de Schinas tem sido alvo de polémica, com vários eurodeputados a considerarem que a denominação, numa pasta que integra o pelouro das migrações, alimenta o discurso da extrema-direita e tem uma conotação racista/xenófoba.

O próprio presidente do Parlamento Europeu manifestou a sua preocupação quanto à denominação da pasta do candidato grego, convidando a presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, a explicar-se.

Aquela que será a primeira mulher a presidir o executivo comunitário tem-se mostrado inabalável na convicção de não alterar o nome daquela vice-presidência, apesar das ameaças de vários grupos políticos, que prometem não aceitar aquela denominação.

Hoje, Schinas reiterou que ser europeu significa "proteger os mais vulneráveis da sociedade, ser aberto ao mundo, dar o coração e uma casa aqueles que são menos afortunados" e defender "esses direitos, esses princípios por todo o Mundo".

"Para mim, ser europeu significou viver uma vida europeia, ter uma família europeia e dedicar 30 anos da minha vida à UE", sustentou.

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