Chefe da NATO "extremamente inquieto" depois de ataque à Arábia Saudita
O secretário-geral da NATO declarou-se hoje "extremamente inquieto do risco de escalada" depois dos ataques a instalações petrolíferas sauditas e acusou Teerão de "desestabilizar o conjunto" do Médio Oriente.
© Reuters
Mundo NATO
As afirmações de Jens Stoltenberg foram feitas durante uma entrevista à AFP, feita em Bagdade.
Estas foram as primeiras declarações do chefe da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), depois daqueles ataques, que provocaram incêndios nas instalações da Aramco no sábado e a redução em metade da produção petrolífera saudita.
Washington e Riade acusam o Irão de estar por detrás destes ataques, reivindicado pelos rebeldes Houthis, o que foi desvalorizado pelo Governo dos EUA, que diz não ter provas de que tenha vindo do Iémen.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, assegurou no domingo que os EUA estavam "prontos para ripostar".
Na entrevista, Stoltenberg afirmou: "Apelamos a todas as partes para que impeçam tais ataques, porque podem ter consequências negativas para o conjunto da região. Estamos extremamente inquietos com o risco de escalada".
E, de forma direta, acusou: "O Irão apoia diferentes grupos terroristas e é responsável pela desestabilização do conjunto da região".
Meios de comunicação, como a CNN ou o Wall Street Journal, afirmaram que 'drones' ou mísseis de cruzeiro teriam podido vir do norte e não do sul, portanto, do Iraque ou do Irão, em vez do Iémen. O diário norte-americano adiantou que estas suspeitas estão a ser investigadas por agentes dos EUA e da Arábia Saudita.
O Iraque, onde atuam diversas milícias pró-iranianas armadas e financiadas por instrutores do Irão, desmentiu qualquer utilização do seu território neste ataque.
O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, reafirmou esta posição ao secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, durante um telefonema, indicou hoje o seu gabinete, em comunicado.
No texto, Mahdi garantiu ainda que Pompeo lhe tinha comunicado a existência de informações recolhidas pelos EUA "confirmando" que o solo iraquiano não tinha sido utilizado para este ataque.
Há meses que Bagdade apela para que o seu território seja poupado a um agravamento da crise entre Washington e Teerão.
A Organização das Nações Unidas considera que a situação no Iémen é a pior crise humana existente hoje no mundo.
Os rebeldes Houthis, que reivindicaram os atentados de sábado contra instalações petrolíferas sauditas, ameaçaram hoje lançar novos ataques contra objetivos na Arábia Saudita.
A ação contra as duas refinarias da petrolífera saudita Aramco reduziu a produção de petróleo em cerca de 5,6 milhões de barris por dia e fez com que o preço do petróleo disparasse.
O porta-voz da coligação militar árabe liderada pela Arábia Saudita que está a atacar no Iémen os Houthis disse hoje que as armas usadas no ataque são de origem iraniana.
A guerra no Iémen intensificou-se em março de 2015 com a intervenção da coligação árabe liderada por Riade e apoiada pelos Estados Unidos contra os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irão.
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