Declaração de lealdade de candidatos do Likud a Netanyahu alvo de troça
A oposição israelita troçou hoje da "declaração de lealdade" ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu assinada na véspera pelos candidatos do Likud às legislativas de setembro, considerando-o o único do partido a poder dirigir um governo.
© Reuters
Mundo Israel
Através da aplicação WhatsApp, os candidatos do Likud assinaram no domingo uma petição exprimindo a sua lealdade a Netanyahu, o primeiro-ministro que esteve mais tempo em funções na história de Israel, mas que não conseguiu formar uma coligação governamental após as eleições de abril, o que levou à marcação de um novo escrutínio para setembro.
"Faz-me lembrar a Coreia do Norte, onde os cidadãos e os turistas são obrigados a inclinar-se diante de cada estátua do líder", ironizou Moshe Yaalon, deputado do partido centrista Azul e Branco, muito próximo do Likud nas intenções de voto.
A declaração acontece depois de o antigo ministro da Defesa Avigdor Lieberman, líder do partido nacionalista laico Israel Beiteinu, cujo apoio poderá ser crucial para a formação de uma coligação, ter afirmado que o Likud deveria mudar Netanyahu se este não conseguir formar uma coligação após as próximas eleições.
"Nós, os signatários... asseguramos que a nossa conduta não será ditada por outro partido. Independentemente do resultado das eleições, o primeiro-ministro e presidente do Likud Benjamin Netanyahu é o único candidato do Likud ao cargo de primeiro-ministro. Não haverá outro candidato", refere o texto assinado pelos candidatos da formação no poder.
A declaração de unidade do Likud ao "estilo norte-coreano prova a total falta de confiança de Netanyahu nos membros do seu partido", reagiu Lieberman na rede social Facebook.
Netanyahu retorquiu no WhatsApp que o Likud escolhia o seu líder em primárias democráticas.
"Há primárias na Coreia do Norte? Não há", escreveu, devolvendo a acusação ao sublinhar que os seus rivais do Azul e Branco não realizavam primárias.
Na imprensa, comentadores questionaram o valor da rara petição que cada um dos candidatos do Likud teve de assinar.
"Os membros do Likud são leais a Netanyahu. É verdade, estão com ele. Enquanto ele os conduzir ao poder... mas se tiverem a possibilidade de manter o poder, ou pelo menos uma parte, com um líder que não seja Netanyahu, então reconsiderarão (a sua lealdade)", analisou no jornal Maariv Ben Caspit, autor de uma biografia de Benjamin Netanyahu.
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