Delegação dos EUA prepara visita à China para retomar negociações
Uma delegação dos Estados Unidos está a preparar uma visita a Pequim, antes do final deste mês, para tentar relançar as negociações para um acordo comercial entre os dois países, avançaram hoje as autoridades norte-americanas.
© Reuters
Mundo Comércio
A retomada das negociações frente-a-frente, entre Washington e Pequim, surge após os líderes norte-americano e chinês, Donald Trump e Xi Jinping, respetivamente, negociarem um segundo período de tréguas na guerra comercial, no mês passado.
O primeiro colapsou após Trump ter subido as taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares (178 mil milhões de euros) de bens importados da China, acusando Pequim de recuar em compromissos feitos anteriormente.
A retomada das negociações ocorre apesar de nenhum dos dois lados ter cumprido, até à data, com os gestos de boa vontade acordados entre os dois líderes, visando favorecer as negociações.
A China não avançou com a compra de produtos agrícolas norte-americanos e os EUA mantiveram o grupo chinês das telecomunicações Huawei numa lista de entidades a quem as empresas norte-americanas não podem vender tecnologia chave sem autorização prévia.
Na terça-feira, Larry Kudlow, diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, disse que "parece que haverá uma viagem à China", o que seria um "sinal muito bom".
A delegação dos EUA na China deve ser liderada por Robert Lighthizer, representante do Comercial dos EUA, e Steven Mnuchin, secretário do Tesouro.
Do lado chinês, a delegação é liderada pelo vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.
Antes de as negociações colapsarem, em maio, as autoridades discutiam como a China cumpriria os seus compromissos e permaneciam por resolver questões sobre acesso ao mercado e disposições regulatórias do acordo ou a escala e a natureza dos produtos norte-americanos que a China compraria.
As disputas comerciais entre os dois países continuam a pesar sobre a economia global, e foram um dos fatores que levou o Fundo Monetário Internacional a reduzir a sua estimativa para o crescimento da economia mundial, este ano, para 3,2%.
Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um, numa guerra comercial que ameaça a economia mundial.
Em causa está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
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