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Milhares de manifestantes em Argel apesar de detenções policiais

Milhares de manifestantes concentraram-se hoje no centro de Argel, apesar de numerosas detenções pelas forças policiais, num novo protesto contra o diálogo proposto pelo chefe de estado-maior das Forças Armadas.

Milhares de manifestantes em Argel apesar de detenções policiais
Notícias ao Minuto

15:02 - 31/05/19 por Lusa

Mundo Protestos

A concentração decorre de novo na Grande Poste, monumento emblemático de estilo neo-mourisco no centro de Argel construído no decurso da ocupação colonial francesa e que se tornou o ponto de encontro das grandes manifestações semanais desde o primeiro dia de contestação em 22 de fevereiro.

"Não às eleições com o 'gangue' no poder", ecoavam os manifestantes, que designam com o termo "issaba" ('gangue') os dirigentes do aparelho ainda no poder, herdeiro da presidência de d'Abdelaziz Bouteflika, forçado a demitir-se pela pressão da rua em 02 de abril.

Dezenas de pessoas, a maioria jovens, foram hoje de manhã detidas aparentemente sem razão particular, por agentes fardados e à paisana colocados nas ruas próximas da Grande Poste.

Espera-se hoje um crescente afluxo de manifestantes às ruas após o fim das orações de sexta-feira.

As presidenciais agendadas para 04 de julho, para eleger o sucessor de Bouteflika, massivamente rejeitadas pelos manifestantes e sem um candidato sério declarado, parecem cada vez mais comprometidas.

No início da semana, o general Ahmed Gaid Salah, chefe de estado-maior das Forças Armadas e que se tornou o verdadeiro detentor do poder após a partida de Bouteflika, exigiu "concessões mútuas" no âmbito de um "diálogo" cuja forma não foi definida.

O general deixou de se referir à data de julho, mas continua a sugerir presidenciais "no mais breve prazo possível".

O Conselho constitucional deve pronunciar-se antes de 05 de junho sobre a validade das duas candidaturas entregues para as presidenciais, mas parece pouco provável que cumpram as condições exigidas, em particular as assinaturas de 600 eleitos, ou 60.000 assinaturas de cidadãos eleitores.

Os manifestantes exigem como condição prévia o afastamento de todas as figuras associadas ao antigo "sistema" de Bouteflika, em particular o presidente interino Abdelkader Bensalah e o primeiro-ministro Noureddine Bedoui, dois veteranos do aparelho de Estado, mas também do general Gaid Salah.

"Nem diálogo nem eleições, mas uma Assembleia Constituinte", referia um dos cartazes, de acordo com a agência noticiosa AFP.

Esta sexta-feira é a última do mês de jejum muçulmano do Ramadão, e no seu decurso a mobilização não esmoreceu, apesar da fadiga relacionada com o jejum diário do nascer ao pôr do sol.

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