Democratas avisam Trump. Guerra no Irão precisa de permissão do Congresso
A líder da Câmara dos Representantes, a Democrata Nancy Pelosi, defendeu hoje que os EUA devem evitar uma guerra com o Irão e recordou que a Casa Branca não pode avançar para conflitos no Médio Oriente sem a aprovação do Congresso.
© Reuters
Mundo EUA
Nancy Pelosi dirigiu-se hoje à maioria Democrata na Câmara de Representantes, preocupada com a escalada de tensão no Médio Oriente, onde o governo decidiu reforçar a presença militar, após o Irão ter decidido retomar o seu programa nuclear.
Os líderes dos dois partidos no Congresso devem receber quinta-feira um relatório confidencial do governo sobre a crise com o Irão, mas Pelosi disse que a Casa Branca está a colocar muitas resistências a entregar um relatório mais completo sobre a situação.
"Temos que evitar uma guerra com o Irão", disse Pelosi aos deputados Democratas, segundo uma fonte presente na sala.
Pelosi terá dito que o governo não pode invocar o mais recente uso de autorização de conflito militar, aprovado pelo Congresso há quase 20 anos para as guerras no Iraque e no Afeganistão, para avançar para um conflito no Médio Oriente.
"Eles não podem declarar uma guerra sem o consentimento do Congresso", disse Pelosi.
O Democrata que lidera a Comissão de Relações Exteriores no Senado, Bob Menendez, também alertou a administração contra qualquer ação sem a aprovação dos legisladores.
"O Congresso não autorizou a guerra com o Irão, e a administração, se estiver a planear uma ação militar com o Irão, deve comparecer no Congresso para pedir aprovação", disse Bob Menendez.
O senador Democrata disse ainda que Donald Trump ainda "não forneceu nenhuma informação a esta comissão sobre os factos por detrás das suas decisões, nem sobre o que pretende fazer no Iraque ou no Irão".
A entrega do relatório confidencial no Congresso, anunciada para quinta-feira, foi decidida momentos depois de o governo ter ordenado que todo o pessoal não essencial do governo norte-americano abandonasse o Iraque.
A escalada de tensão começou quando, na passada semana, o Irão anunciou que iria retomar o seu programa nuclear, retomando a produção de urânio enriquecido.
Logo de seguida, os EUA anunciaram que iriam enviar um porta-aviões e bombardeiros para o Golfo, alegando "ameaças credíveis".
Alguns países com presença militar no Médio Oriente, como a Alemanha e a Holanda, já disseram hoje que vão suspender os programas de treino de soldados locais no Iraque, acompanhando as preocupações dos EUA na região.
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