A Nike admitiu penalizar as atletas que reduziram o sucesso dos seus resultados por estarem grávidas, ao diminuírem os patrocínios que lhe eram atribuídos. As atletas Alysia Montaño e Kara Goucher foram algumas das visadas quando em 2014 e 2010 decidiram ter filhos.
A empresa admitiu o procedimento depois de um artigo pessoal de Alysia Montaño ter sido publicado esta segunda-feira no New York Times. A atleta ganhou atenções em 2014 por participar num campeonato de atletismo quando estava grávida de oito meses.
"O desporto tem um grande impacto no corpo humano e os patrocinadores reconhecem isso ao atribuírem-nos folgas em caso de lesões. Mas raramente nos oferecem tempo para podermos ter um filho", denunciou.
Um contrato assinado em 2019 com a marca desportiva e que foi partilhada por uma atleta apresenta uma cláusula que admite a possibilidade de a atleta sofrer uma redução em qualquer pagamento caso não atinja os resultados estabelecidos, não havendo qualquer exceção para casos como gravidez, parto ou período após o nascimento de uma criança - isto é, uma licença de maternidade.
Confrontada com a notícia, a Nike reconhece que havia alguma inconsistência nos contratos desportivos, mas que em 2018 padronizou a "abordagem em todos os desportos, de modo a que nenhuma atleta feminina seja penalizada financeiramente pela gravidez ”.
A Nike recusou-se a comentar se as mudanças nesta política foram já incorporadas nos contratos, e também não explicou em que modalidades ou quais os atletas que foram prejudicados pela sua política de tratar a gravidez como algo pior do que uma lesão, mas admitiu que isso foi um problema em geral.