Portugal lidera missão internacional que já treinou 3.700 militares
Portugal lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que envolve 12 países, e que procura reestruturar e dar mais capacidade as Forças Armadas do país, tendo já treinado 3.700 militares.
© Global Imagens
País RCA
"Esta é uma missão de treino militar da União Europeia, que começou em setembro de 2016 e já foi renovado o mandato até 2020. A sua missão é reestruturar as Forças Armadas e a Defesa centro-africana, outra área é a educação, para reciclar os quadros do país, e ainda uma área de treino. Já treinamos 3.700 que integram cinco batalhões e destes, 1.200 estão já no terreno para estender a autoridade do Estado a todo o território", disse à agência Lusa o general Hermínio Maio, comandante desta missão.
Esta missão multinacional conta com 12 países, oito da União Europeia e quatro parceiros, sendo liderada desde janeiro de 2018 pelo general português, que vai passar o comando.
"Faltam três meses para terminar a missão e saio orgulhoso. Depois do período difícil, estamos agora no início do processo. O país para avançar tem de ter umas Forças Armadas credíveis e capazes e isso não se faz de um momento para outro. Tem de se continuar o processo e vamos estender a área de missão para Bouar, onde vamos fazer um esforço para levantar as escolas de oficiais e de sargentos destinadas às Forças Armadas centro-africanas", salientou.
Hermínio Maio defendeu que o trabalho desta missão deve continuar.
"Estamos na fase de implementação do acordo de paz e isso também se deve à projeção das tropas centro-africanas em todo o território", frisou.
Portugal é também a Força de Reação Rápida da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA), com a quinta Força Nacional Destacada a ser composta por 180 militares do Exército (22 oficiais, 44 sargentos e 114 praças, das quais nove são mulheres) e três da Força Aérea.
"Desde o dia que cheguei, todos referem que a prestação dos portugueses foi ao mais alto nível e esperamos estar à altura das expectativas. Chegámos no dia 11 de março e temos feito o treino para estar prontos para atuar em qualquer lugar da RCA", disse à Lusa Rui Moura, comandante da força portuguesa.
O tenente-coronel explicou que os militares têm efetuado treinos, para se adaptarem ao teatro de operações e aos meios, e atuado em Bangui.
"Estamos ao dispor para sermos empregues em que qualquer parte da RCA", salientou.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA), cujo 2.º comandante é o major-general do Exército Marco Serronha.
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