Durante muito tempo, a Rússia continuou a negar que tivesse colocado homens no terreno na Síria.
Nos anos mais recentes, o apoio do Kremlin foi essencial para que as forças do regime de Bashar al-Assad retomassem território. Mas a Rússia nunca assumiu oficialmente que teve militares no terreno.
Houve, no entanto, quem perdesse a vida ao serviço da Rússia. E há vozes que pedem ao Kremlin que assuma o envolvimento no conflito.
Olga Markelova é uma professora de escola primária que viu o antigo marido, Dmitry Markelov, morrer em combate, numa missão clandestina em território sírio há dois anos.
O marido foi para lá como militar contratado, à margem das forças armadas russas. No entanto, o Kremlin não deixou de ter conhecimento e de participar na coordernação de missões no terreno.
Citada pela Reuters é clara: "Não tem sentido continuar a esconder que estiveram na Síria em missões de combate". A transparência, realça, seria importante para garantir até sustento financeiro, dado que o marido morreu em combate.
Oficialmente, porém, o Kremlin admite que houve russos a lutar, mas que o fizeram por livre iniciativa, e não envolvidos em operações das autoridades russas.
Aos 35 anos de idade, e com uma filha de nove anos por criar, Olga foi das poucas familiares de russos caídos em combate na Síria que assumiu a perda... e que quer que o Kremlin o faça igualmente.